Segundo os Puranas – antigos textos da literatura sagrada do hinduísmo e jainismo que narram a história do universo -, Ganesha é filho de Shiva, deus da destruição e regeneração, e Parvati, deusa do amor e fertilidade.
Sua história se inicia com o retorno de Shiva após um longo retiro meditativo – período em que Parvati deu à luz. Desconhecendo o nascimento do filho, Shiva se deparou com o menino protegendo a casa de banho de Parvati, impedindo sua entrada.
Irritado, Shiva convocou seus bhutaganas (demônios) e juntos lutaram com Ganesha, que resistiu bravamente. No entanto, o deus Vishnu interveio sob a forma de Maya, distraindo Ganesha e dando condições para Shiva cortar-lhe a cabeça. Ao sair do banho, Parvati esclareceu a existência do menino fazendo-o se arrepender e buscar uma nova cabeça.
O elefante foi o primeiro animal encontrado e, dada sua relevância e simbologia sagrada, sua cabeça foi a escolhida. Shiva também intercedeu pela vida de Ganesha aos deuses Brahma e Vishnu, que lhe transformaram em um dos mais adorados deuses hindus.
A iconografia que constitui a imagem de Ganesha varia conforme a interpretação do artista, mas cada detalhe atribuído é rico de significações espirituais. A cabeça de elefante, por exemplo, representa sabedoria e o conhecimento obtido através da escuta e reflexão – não obstante é considerado patrono das ciências, artes e letras.
A barriga avantajada, em especial, tanto exprime generosidade e aceitação como também configura o cosmos. Nas caracterizações mais tradicionais apresenta a Kundalini (serpente ou fio energético sagrado que equilibra os chakras) amarrada nesta região.
O abhaya mudra, gesto de proteção e destemor; o símbolo do mantra Om; os laddus (doces indianos); a figura do deus Kroncha (rato), enquanto vahana (veículo) de Ganesha; assim como a presa quebrada (ekadanta), demonstrando sacrifício e devoção são outros elementos significativos que podem figurar sua imagem na arte decorativa.
Tanto a representação do deus Ganesha quanto a utilização do elefante na decoração suscita boas energias, sendo vistos como figuras harmônicas para o Feng Shui – arte milenar que analisa a energia vital nos ambientes.
Para cada tipo de ambiente e propósito há uma categoria de arte que corresponda de forma equilibrada, como esculturas, fontes luminosas, máscaras, pinturas, incensários, mandalas, caixas, banquetas, painéis, capas de almofada e móbiles.
Incorporá-los à decoração em pontos-chave de circulação energética como portas, janelas e jardins são as maneiras mais eficazes de alcançar a essência afortunada dos elefantes decorativos e a capacidade removedora de obstáculos de Ganesha.
Fonte:https://blog.artesintonia.com.br/2018/08/16/ganesh-deus-hindu-e-elefantes-na-decoracao-de-interiores/
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