MITOS E CURIOSIDADES SOBRE A ÍNDIA - PARA ENTENDER MELHOR O PAÍS

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Curiosidades sobre a Índia (e que o vão fazer entender melhor o país)

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A índia está cheia de lugares comuns mas de muitos mistérios também. Eis algumas Curiosidades sobre a Índia e que o vão fazer perceber melhor o país. Num artigo anterior já lhe mostramos os melhores conselhos para viajar no país. Agora é hora de lhe mostrar algo para o perceber um bocadinho melhor.

1. Na parte frente dos autocarros há um mantra escrito em vez do destino da viagem

Os autocarros indianos na generalidade não têm o destino escrito na parte dianteira. Em vez disso, têm um mantra hindu, que funciona como uma oração. Face à taxa de acidentes de viação na Índia, é caso para dizer que é mesmo um acto de fé embarcar num autocarro indiano! Uma pessoa morre na Índia, em acidentes de viação, a cada cinco minutos. Eis um das curiosidades sobre a Índia e que lhe vai dar muito jeito para viajar no país.
Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura na estrada para o Vale de Spiti.

2. Há vendedores de refeições que alimentam a população trabalhadora

A Índia tem “vendedores de comida” que nas principais cidades do país, vendem marmitas de comida, que são levadas aos locais de trabalho da população. Esses trabalhadores deslocam-se na cidade com as “lunchboxes” típicas indianas, marmitas metálicas escalonadas. Os indianos chama-lhe dabbawalla, o sistema de distribuição de refeições. Mumbai é a melhor cidade para testemunhar estes rituais diários.  

3. A Índia reconhece a existência de um terceiro sexo (género)

Na generalidade dos países do mundo, há dois sexos reconhecidos oficialmente, o masculino e o feminino. Na Índia existe o terceiro sexo, quando os indivíduos não se definem completamente nem como homem, nem como mulher. São as Hijras. As Hijras são transgéneros e fazem parte da cultura milenar indiana com um papel social importante. São chamadas quando há inaugurações e são presenteadas com oferendas nos lugares públicos, para dar sorte. No entanto, são frequentemente vitimas e abusos sexuais e prostituição nos bairros mais pobres das cidades. Em 2014, quando o governo indiano reconheceu legalmente o terceiro sexo fê-lo com a seguinte frase:
O reconhecimento das pessoas transgénero como um terceiro género não é uma questão médica ou legal, mas sim uma questão de direitos humanos.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Bhubaneshwar

4. O sistema de castas é a base da sociedade

A sociedade indiana assenta num forte sistema de castas, uma estratificação social feita com base na origem divina do indivíduo. O sistema de castas baseia-se na endogamia, ou seja, a casta é passada de pai para filho e não pode haver casamentos fora da mesma casta, já que não é permitida a mobilidade social. A cada uma das castas corresponde um grupo de profissões pré-estabelecidos, e como tal, um papel na sociedade indiana. Segundo a lenda, Purusha, um homem cósmico dos Vedas (escrituras sagradas do hinduísmo) terá sido desmembrado e do seu corpo saíram as quarto principais castas. Da boca saiu a sabedoria, que deu origem aos Bramas, a casta superior e aos quais competem as profissões intelectuais, nomeadamente professores, sacerdotes e médicos. O acesso à cabeça de Purusha dá aos Bramas autoridade intelectual sobre as restantes castas.  Dos braços foram criados os Xátrias, que conservaram a força braçal do ser cósmico, tendo a função de defender o povo hindu, e conservando profissões de militares e guerreiros. Das pernas de Purusha saíram os Vaixás, os comerciantes. Dos pés, a parte menos nobre do ser cósmico, saíram os Sudras, aqueles a quem compete servir os outros, os trabalhadores, tais como os operários, camponeses e artesãos. Neste sistema, há seres que não descendem de Purusha, mas do pó da terra que Brama (Deus criador hindu) pisou, seres inferiores, que são considerados sem casta, seres desprezados pela sociedade indiana, conhecidos por Párias, Dalits ou Intocáveis. A estes competem as profissões, geralmente não remuneradas, mais sujas da sociedade, tais como varredores de lixo, limpeza de latrinas, etc. São indivíduos desprezados e excluídos na sociedade indiana. À medida que os séculos foram passando, as castas principais foram-se subdividindo e, na actualidade, há dezenas de subcastas. Até hoje pouco se tem feito para combater o sistema de castas, pelo menos do ponde vista prático, já que legalmente são proibidas desde 1950. No entanto, a recente introdução por parte do governo indiano de quotas para os “sem casta” e  indivíduos de castas mais baixas aos empregos públicos e escolas, tem feito mudanças na sociedade indiana. Esperemos que o futuro seja promissor na igualdade social da população.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura Kaza, no vale de Spiti

5. “Hotel”, não significa hotel. Hotel é um local para comer

Sempre que se vê um cartaz com a designação “Hotel”, geralmente não se trata de um local para dormir. O termo “hotel” na Índia, especialmente no sul, designa local onde se pode comer e corresponde a “botecos de estrada”, que servem comida vegetariana ou não vegetariana e onde se pode comer uma refeição ligeira e rápida. Se procura um hotel, procure por “guesthouse”, “resort” ou “rooms”. Eis uma das curiosidades sobre a Índia e que lhe vai dar muito jeito para viajar no país.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Port Blair, nas ilhas Andaman

6. Os Sadhus são parte da Índia

A sociedade indiana tem um papel social atribuído aos chamados homens santos, sacerdotes ascetas hindus, que se concentram junto aos rios sagrados (especialmente nas margens do Ganges) ou na entradas dos templos. Os Sadhus abdicam de uma vida material e vivem das esmolas da população. Praticam Yoga e meditam nas ruas e templos. Os mais “radicais” andam nus com o corpo apenas coberto por cinzas dos mortos. O melhor local para os ver é ao longo do Ganges, especialmente em Varanasi. De quatro em quatro anos, os Shadus juntam-se no festival Kumbh Mela, em quatro cidades indianas alternadas.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Varanasi

7. A empresa TATA é a marca da Índia

A TATA é uma multinacional indiana que tem negócios em quase todas as áreas económicas da Índia, nomeadamente transportes, chá, industria química, hotelaria, energia, comunicação, etc. Viajar na Índia é ver a TATA em todo o lado.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Calcutá

8. A Índia está cheia de indianos

A Índia tem uma área 35 vezes a de Portugal mas a população é 130 vezes superior. Se pensarmos que uma parte significativa da Índia é ocupada pela cordilheira dos Himalaias é fácil perceber que a densidade populacional da Índia é esmagadora. E cidades como Mumbai têm uma densidade populacional de 31 mil hab./km². Na índia nunca se está sozinho, há sempre um indiano, literalmente, colado a nós.

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Calcutá

9. BLOW HORN

Viajar na Índia implica ouvir buzinas todos os dias. É aceite por todos os que andam na estrada que buzinar é imperativo para que todos saibam que andam na estrada. Assim, riquexós, autocarros, camiões, carrinhas e até alguns veículos privados têm pintado na parte trazeira “Blow Horn”, que significa BUZINE!

Esta fotografia foi tirada durante a nossa aventura em Manali

Por Carla Mota

Geógrafa com uma enorme paixão pelas viagens e pelo mundo. Desde muito cedo que as viagens de exploração fazem parte da sua vida. A busca do conhecimento do mundo leva-a em direcção a culturas perdidas e ameaçadas, tentando percebe-las. Hoje é também líder de viagens de aventura na Nomad.

Fonte:https://www.viajarentreviagens.pt/india/10-curiosidades-sobre-a-india/

7 curiosidades bizarras sobre a Índia

Ai, meus deuses! Lá tem divindade em forma de moto e templo com ratos.

Ai, meus deuses! Lá tem divindade em forma de moto e templo com ratos.
Benção radical
Bênção radical
Os indianos idolatram dezenas de deuses. Um deles é… uma moto. Ela começou a ser cultuada no distrito de Pali após reaparecer várias vezes, misteriosamente, no local do acidente que matou seu dono, em 1988
Vinde a mim
O Dia das Crianças rola em 14 de novembro – exatos nove meses após o Dia dos Namorados deles. Mas não tem nada a ver: a data é o aniversário de um Primeiro Ministro que defendia o direito das crianças
É ou não é?
Uma camisinha vibradora causou polêmica quando foi lançada por lá. Preservativos são liberados no país, mas brinquedos sexuais, como vibradores, não. Eles são considerados “material obsceno”, segundo a lei 292
Fiéis peludos
Fiéis peludos
templo da deusa Karni Mata, no estado do Rajastão, é tomado por ratos. E ninguém pode matá-los! A infestação começou provavelmente porque eles foram atraídos pelas oferendas de leite, água e milho deixadas pelos devotos para a divindade
Xixi para beber
Xixi para beber
Vacas também são idolatradas – o que gera fenômenos curiosos. Na região de Bengal, elas têm que ter um “RG” para serem facilmente identificadas. E sua urina vira matéria-prima para todo tipo de coisa: até sabonete, creme facial e… bebida! Argh!
Luz e Fumaça
Luz e fumaça
Diwali, ou “festival das luzes”, é celebrado com muitos fogos de artifício. Mas muitos mesmo: eles geram tanta fumaça que, segundo o Comitê de Poluição do estado de Maharashtra, respirar o ar de Mumbai nesse dia equivale a fumar 113 cigarros!
Segunda voz
Segunda voz
A indústria cinematográfica local é tão forte que ganhou até apelido: Bollywood. Mas a produção é bem diferente da que rola em Hollywood. Até 2001, por exemplo, os filmes eram gravados sem som e, depois, dublados em estúdio
ESTATÍSTICAS BIZARRAS
Total de telefones celulares 567 milhões
Indianos com acesso a banheiro366 milhões
Funcionários no sistema ferroviário1,4 milhão
Agências de correio1,5 milhão
Fonte:https://mundoestranho.abril.com.br/geografia/7-curiosidades-bizarras-sobre-a-india/
A Índia já foi tema de novela no Brasil, mas a cultura e a religião do país são mais complexas do que qualquer trama das nove. A República da Índia tem 28 Estados, e sua capital é Nova Délhi. Com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, a Índia é um país de muitos contrastes, riquezas e pobrezas. A moeda oficial do país é a Rúpia Indiana.

Confira algumas curiosidades sobre a Índia:



1 – A Índia foi colônia do Império Britânico. A colonização durou até agosto de 1947.

2 – Mahatma Gandhi é lembrado como o homem responsável pelo processo pacífico de independência da Índia.

3 – A religião predominante na Índia é o hinduísmo, praticado por 81,5% da população.

4 – Os hindus acreditam que os homens foram criados e divididos em castas: os brâmanes, os xátrias, os vaixás e os sudras.

5 – Existe um grupo de pessoas, chamado de dalit, que inclui os intocáveis, ou seja, indivíduos considerados inferiores.

6 – A divisão da sociedade em castas foi proibida na Índia depois de 1947, mas ainda predomina entre os praticantes da religião hindu.

7 – Apesar do preconceito em relação aos dalits, uma mulher considerada intocável foi eleita governadora. Mayawati chegou ao poder no Estado de Uttar Pradesh.

8 – A Índia tem 18 idiomas e 20 dialetos.

9 – Mumbai é a maior metrópole da Índia, com mais de 14 milhões de habitantes.

10 – Os templos religiosos são um marco da arquitetura da Índia, com destaque para o Taj Mahal, na cidade de Agra, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

11 – A Índia é o maior produtor mundial de filmes e softwares.

12 – É impossível usar notas rasgadas para comprar no comércio e outros estabelecimentos da Índia.

13 – A vaca é um animal sagrado para os indianos. É proibido comer carne de vaca no país.

14 – Na Índia, o Big Mac é feito com carne de carneiro.

15 – A comida indiana tem muita pimenta.

30 INFORMAÇÕES E CURIOSIDADES SOBRE A ÍNDIA

A Índia foi colônia britânica até 1 947, quando obteve a independência sob a liderança de Mahatma Gandhi. Na época, a região foi dividida entre a República da Índia e República Islâmica do Paquistão.
Índia e Paquistão são rivais desde a época da independência, na década de 1 940. Ambos já chegaram a travar quatro guerras pela região fronteiriça da Caxemira.
A Índia possui 1,2 bilhão de habitantes, o que faz dela o segundo país mais populoso do mundo, atrás apenas da China (dados de 2 015).
As cidades indianas mais populosas são: Mumbai (antiga Bombaim), Déli, Calcutá, Bangalore e Chennai. Mumbai possui 12,4 milhões de habitantes (dados de 2 015).
O território indiano é dividido em 28 estados e 7 territórios federais, sendo Uttar Pradesh o estado mais populoso, com 186 755 000 habitantes (dados de 2 015).
A capital da Índia é Nova Déli, uma cidade com status de distrito federal.
A Constituição indiana reconhece 744 tribos distintas no país. As línguas e dialetos somam mais de 400.
O hinduísmo é a religião mais popular do país, seguido por 81,5% dos indianos. A segunda religião com maior número de adeptos é o islamismo, com 12,2% (veja mais sobre o hinduísmo em 21 TÓPICOS QUE AJUDARÃO A CONHECER MELHOR A CULTURA HINDU.
A religião hindu divide os homens em quatro castas: brâmanes, xátrias, vaixás e sudras. Fora do sistema de casta, ficam os “intocáveis”, são mais conhecidos como dalits.
O hinduísmo possui cerca de 3,5 mil anos de história e surgiu com os primeiros textos sagrados, os Vedas. Muitos pesquisadores, no entanto, acreditam que as sua origens seja ainda mais antigas, remontando à pré-história.
Os hindus cultuam um grande número de divindades, mas as principais são Brahma (o princípio criador), Vishnu (deus do Sol) e Shiva (deus das tempestades).
O maior festival religioso do mundo é o Kumbh Mela, que reúne nada menos que 100 milhões de pessoas. O Kumbh Mela tem origem na mitologia hindu e acontece a cada 12 anos na cidade indiana de Sangam.
Uma das religiões típicas da Índia é o jainismo. Os seus seguidores representam uma minoria no oceano de crenças indiano: “apenas” 24 milhões de pessoas. Os jainistas consideram ser a sua religião mais antiga do que o hinduísmo, o que não é verdade. O que se sabe é que o jainismo foi fundando por volta do século V a. C. por Mahavira (saiba mais em INFORMAÇÕES E CURIOSIDADES SOBRE O JAINISMO).
O sikhismo é uma religião fundada no estado indiano de Jaipur por Baba Nanak. Reúne elementos do islamismo e do hinduísmo. Os homens sikhs são conhecido por cultivarem barbas longas e usarem turbantes.
As línguas oficiais são o hindi e outros 18 idiomas. A porcentagem de indianos que falam inglês é bastante considerável.
A Índia é a décima maior economia do mundo e faz parte do grupo de países em desenvolvimento chamado BRICs – iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
A montanha mais alta do país é o monte Kangchenjunga, uma montanha com 8 586 metros de altitude localizada na cordilheira do Himalaia, na fronteira com o Nepal.
O único país onde o Big Mac, o principal sanduíche da cadeia de fast food McDonald´s, é diferente é a Índia. Lá, é servida uma variação feita com frango. A maioria esmagadora da população indiana não come carne bovina, visto que a vaca é considerada um animal sagrado no hinduismo.
Tradicionalmente, os indianos costumam comer usando a mão direita… e sem nenhum talher. Em muitos países orientais, a mão esquerda, que é usada para propósitos higiênicos, é considerada impura.
Devido ao dote que a família da noiva tem que dar a família do noivo – e muitas famílias não tem condições – as indianas preferem abortar as meninas, ou até mesmo matá-las assim que nascem. A Índia é, ao lado da China, um dos países com os maiores índices de aborto de meninas. A população masculina, por outro lado, não para de crescer.
O livro Kama Sutra costuma ser lido por nós, ocidentais, como um manual de posições de sexo. Na verdade, a obra original, escrita há cerca de 16 séculos, aborda diversos assuntos, como religião e filosofia.
Em Madras e Bombaim, são feitos mais filmes do que em Hollywood. A produtiva indústria cinematográfica indiana é conhecida no mundo todo como “Bollywood” (junção de Bombaim com Hollywood). Lembrete: Bombaim é chamada atualmente de Mumbai.
Acredite se quiser, mas Bollywood chega a vender cerca de 3 bilhões de ingressos de cinema por ano.
Quando uma pessoa morre, o corpo é cremado e suas cinzas jogadas no rio Ganges, que é considerado sagrado pelos hindus.
A Índia é a maior produtora de softwares do mundo .
A Índia é a quarta maior potência militar do planeta, com 1,3 milhão de pessoas prontas para a guerra. O governo gasta cerca de 38 bilhões de dólares com defesa.
Um dos países que mais enviam trabalhadores para o exterior é a Índia. Milhares de indianos trabalham na construção dos arranha-céus de Dubai, por exemplo. Existe uma grande proporção de indianos em Singapura, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e África do Sul.
A maior democracia do mundo é a Índia. A cada eleição, cerca de 815 milhões de pessoas vão para as urnas.
A previsão é de que, em 2 050, a Índia seja o país mais populoso da Terra, com cerca de 1,6 bilhão de pessoas.
Fontes: Wikipédia, Embaixada da Índia no Brasil, InfoEscola, BBC Brasil, Exame, UOL.


9 mitos sobre a Índia que você precisa parar de acreditar


 Hoje eu quero falar de umas coisas que muitos acreditam sobre a Índia – e que são completamente falsas.  Muita gente, ao saber que eu passei uma boa parte da minha vida na Índia, me pergunta sobre a vida lá – e eu já ouvi muitas concepções erradas sobre como a vida supostamente seja no país.  Hoje eu vou tentar esclarecer alguns desses mitos.
Por exemplo, você tem que parar de acreditar…

ponte em kolkata, índia1. … que todos os indianos são pobres.

Sim, tem muita pobreza na Índia.  Mas você sabia que a casa mais valiosa do mundo está localizada em Mumbai?  Pertence ao bilionário indiano Mukesh Ambani.
Falando nisso, você sabia que Mumbai é a sexta cidade com mais bilionários na planeta?  Sim, Mumbai tem mais bilionários que São Paulo ou Rio – e também mais que cidades como Paris, Los Angeles, São Francisco, ou Tokyo.
E a Índia está entre os países com mais bilionários e milionários no mundo – tem mais lá que aqui no Brasil!
É verdade que a taxa de pobreza na Índia é muito alta.  Tem muita gente muito pobre na Índia – e quem viaja lá não vai poder escapar desse fato.   E a Índia sofre de um problema que os brasileiros também conhecem – um fosso grande entre os ricos e os pobres.  Esse problema é ainda mais agudo na Índia.
Mas com uma população tão grande em um país que está desenvolvendo tão rápido, as classes alta e média estão crescendo incrivelmente rápido também.  Quem viaja para a Índia achando que só vai ver gente pobre, realmente vai se surpreender!

2. … que tudo na Índia é sujo.

O fato é que uma grande porcentagem das casas na Índia provavelmente são mais limpas que a sua!  O importante aqui é a distinção entre a situação dentro e fora das casas indianas.
É verdade que as ruas indianas, no geral, são muito mais sujas que as nossas.  Durante uma viagem na Índia, você vai ver poeira e lixo nas ruas em muitos lugares (embora tenha um pouco de variação nisso entre as diferentes cidades do país).  A Índia, no seu processo de desenvolvimento, luta por uma gestão de saneamento básico para sua população enorme de mais de 1,2 bilhões de pessoas – e não parece ter muito sucesso nessa luta!
Vendo isso nas ruas, pode ser difícil entender que a limpeza realmente é muito importante para a maioria dos indianos – e dentro das casas indianas, você geralmente não vai ver lixo e sujeira.  Às vezes é até um pouco chocante sair das ruas sujas – e entrar em casas perfeitamente, impecavelmente limpas.  (Claro que não todas as casas no país são assim, mas é muito mais comum do que você provavelmente imagina!)
Por exemplo, os indianos nunca entram em casa com os sapatos que usam na rua – sempre deixam na porta.  Muitos indianos até acham nojento o costume no ocidente de caminhar pela casa com os mesmo sapatos que utilizamos na rua!
Mesmo não pisando em casa com os sapatos que usam na rua, ficam limpando as casas sempre.  Até muita gente da classe média tem uma moça que vem todo dia para limpar a casa toda – chãos, cozinha, banheiros, tudo.  E nas famílias que não tem dinheiro para isso, são as mães das casas que fazem toda a limpeza – e elas tipicamente trabalham muito para deixar tudo sempre limpo dentro de casa.
O problema de lixo na Índia não é uma questão de sujeira no geral – é mais uma falta completa de consciência sobre a importância de limpeza em espaços comuns.  A maioria dos indianos nunca jogaria lixo no chão em casa – mas as mesmas pessoas não têm nenhum problema em jogar o mesmo lixo na rua ou da janela de um trem ou ônibus.
Agravando o problema, tem uma falta de infraestrutura no país para lidar com a gestão desse lixo.  E por isso, é comum ver lixo acumulado em espaços comuns na Índia.  Mas não pense que seja assim dentro de todas as casas indianas!

3. … que todos os indianos são hindus.

Uns 80% da população da Índia é hindu – o que significa que 1 em cada 5 indianos é adepto de outra religião.
Por exemplo, mais de 10% dos indianos são muçulmanos – quer dizer, tem mais de 100 milhões de muçulmanos na Índia.  Uns 20 milhões de indianos são adeptos da religião do sikhismo – inclusive a maioria da população do estado de Punjab.  Tem até uns 20 milhões de cristãos na Índia – quer dizer, a Índia tem o dobro do número de cristãos de Portugal!
A Índia tem budistas, jains, zoroastrianos, judeus, e adeptos de religiões tribais indígenas também.  Para mais informações sobre as religiões da Índia, leia nossa página sobre o assunto!

4. … que todos os indianos são budistas.

No ultimo censo indiano, menos de 0,5% dos indianos se identificaram como budistas.  Apesar da religião ter nascido na Índia, hoje em dia a grande maioria dos budistas no mundo estão em outros países asiáticos como a China, Japão, e Tailândia.
Quem quiser achar budistas na Índia hoje em dia realmente tem que procurar, indo para as comunidades budistas que existem nas montanhas do Himalaia ou para os sítios históricos que atraem peregrinos budistas, principalmente dos outros países da Ásia.  Se você se interessa pelo budismo, recentemente publicamos um post no Blog Tudo Índia sobre onde você pode encontrar o budismo na Índia hoje em dia.
Mas não viaje para a Índia pensando que você vai ver templos budistas em todo canto!

5. … que todo indiano vive uma vida “espiritualizada”.

Muitos estrangeiros querem fazer uma viagem para a Índia em busca de espiritualidade.  Estudam a filosofia do hinduísmo ou budismo e leem os textos sagrados, começam a fazer yoga e praticar meditação, e acham que vão chegar à Índia e ver todo mundo fazendo igual – mas simplesmente não é assim.
É verdade que os rituais religiosos são muito importantes nas vidas dos indianos.  Muitos vão para os seus templos preferidos (ou mesquitas) com freqüência, toda semana ou até todo dia – e tem muitíssimos templos na Índia!  Muitos hindus têm altares em casa dos seus deuses preferidos e fazem sempre orações e oferendas.  Muitos fazem jejuns religiosos, peregrinações, etc.  Celebram todos os festivais e ritos de passagem das suas religiões durante as suas vidas inteiras.  E cerimônias religiosas (sobretudo do hinduísmo) entram em quase todo aspecto da vida na Índia – até um dia de filmagem em Bollywood começa com uma pequena cerimônia religiosa!
Mas o fato é que a busca de “espiritualidade”, como muitos estrangeiros entendem isso, está bem longe das vidas da maioria dos indianos.    A grande maioria nunca pensaria em ir passar os seus dias meditando e cantando mantras em um ashram – o que muitos estrangeiros pensam que seja uma coisa “típica” para fazerem durante uma viagem na Índia.  A verdade é que, apesar da vida na Índia ser muito diferente que no Brasil, as vidas cotidianas dos indianos – no mais fundamental – são como em qualquer outro lugar do mundo.  Eles passam os seus dias trabalhando ou estudando, cuidando dos filhos, se encontrando com os amigos para comer ou beber ou bater papo – igual qualquer brasileiro ou canadense ou francês ou chinês.
E existe uma gama de atitudes à “espiritualidade” e religião no país.  Muitos se identificam como hindus, por exemplo, simplesmente porque é a religião dos pais – mas só sabem do Mahabharata o que aprenderam na escola de criança.
A Índia tem sadhus (ascetas) e gurus e todos os outros homens “espiritualizados” que você provavelmente viu nos documentários.  Mas eles são uma porcentagem muito pequena da população enorme do país (os melhores lugares para ver muitos deles são os lugares sagrados do hinduísmo, como Varanasi ou Rishikesh).  E a maioria da população da Índia nem segue nenhum guru ou líder espiritual – é até mais comum consultar com astrólogos (jyotishis) antes de tomar decisões importantes!
A religião é uma parte importante das vidas de muitíssimos indianos.  Mas o trabalho, os estudos, a família, e os amigos também são – e são essas coisas que ocupam a maioria dos dias da maioria do povo indiano, não a busca de “espiritualidade”.

6. … que viajar na Índia é perigoso.

Eu só consigo pensar em 2 possíveis motivos para alguém pensar assim – ou simplesmente tem medo de coisas desconhecidas, ou ouviram algumas reportagens isoladas na TV (por exemplo, do famoso estupro coletivo em Nova Délhi no ano passado).  Nenhum lugar é completamente seguro, mas a verdade é que Índia tem muito menos crime violento que o Brasil.
Segundo o estudo mais recente das Nações Unidas (UNODC), a taxa de homicídio é sete vezes menor na Índia que no Brasil.  Comparando as maiores cidades dos 2 países, Mumbai tem uma taxa dez vezes menor que São Paulo!
Além disso, em comparação com o Brasil, quase não existe assalto nas ruas da Índia.  Então, se a grande maioria dos turistas no Brasil desfrutam de uma viagem sem incidente, isso vale ainda mais para a Índia.  E a taxa de crime violento na Índia é até menor que nos Estados Unidos – então se você só quer viajar em lugares mais seguros, melhor Mumbai que Miami!
É claro que nenhum lugar no mundo é completamente livre de crime – a Índia também não.  Mas a regra na Índia é simplesmente a de “bom senso”.  Tem “crime de oportunidade” mais do que crime violento – o tipo de incidente mais comum é, por exemplo, furto de bagagem quando alguém deixa a mala desacompanhada no trem.  Como sempre, é preciso ter bom senso – e não deixar as suas malas desacompanhadas no trem!  Mas nem isso é tão comum – o “roubo” mais frequente é de vendedores que se aproveitam da ignorância dos estrangeiros para cobrar preços ridículos!
As notícias daquele estupro coletivo em Nova Délhi chegaram aos jornais brasileiros no ano passado.  E a verdade é que em várias cidades no norte da Índia, inclusive Nova Délhi, é recomendado para mulheres não andarem sozinhas pela cidade à noite.  Mas o resto do país é mais seguro.  E mulheres acompanhadas geralmente não têm problemas em nenhum lugar.  (Imagina se as notícias de cada assalto e estupro no Brasil chegaram a todas as TVs no exterior – nenhum turista nunca ia visitar o Brasil!)
A Índia é um país com muito machismo e tem o problema da violência sexual, mas a taxa (segundo os estudos mais recentes das Nações Unidas) é ainda menor que em países como os Estados Unidos.  Além disso, quase todos esses casos acontecem entre conhecidos, especialmente parentes e vizinhos.  (Mas esses incidentes podem acontecer em qualquer lugar no mundo, inclusive na Índia – então vamos apresentar mais informações em breve sobre segurança para mulheres viajando especificamente na Índia.)
Dito isso, tem coisas que os indianos fazem que podem fazer muitos estrangeiros (especialmente mulheres) se sentirem desconfortáveis – o costume indiano de olhar fixamente nas pessoas é só um exemplo disso.  Gente branca e mulheres (indianas e não) recebem mais dessas olhadas fixas.  Mas geralmente não tem nenhum perigo nisso – é só desconfortável(às vezes muito!) para ocidentais que não são acostumados.
De novo, nenhum lugar no mundo é seguro – mas a Índia é, no geral, muito mais seguro que o Brasil.  A regra, como sempre, é a do bom senso.

7. … que todos os indianos são vegetarianos.

Tem muitos vegetarianos na Índia – entre 20-40% da população (250-500 milhões de pessoas)!  Mas isso significa que a grande maioria dos indianos – 60-80% da população (750-950 milhões de pessoas) – não são vegetarianos.
A taxa alta de vegetarianismo é devido principalmente à influência da religião hindu.  Outro fator é a pobreza no país, combinado com o fato que a carne custa muito.  Até muita gente que come carne só come de vez em quando, em ocasiões especiais, porque a carne é cara demais para comer com mais frequência.
A Índia é o melhor lugar no mundo para vegetarianos viajarem.  Mas não é porque só tem comida vegetariana lá – é porque sempre tem opções para vegetarianos.  Até no Subway ou no McDonalds, vegetarianos acham uma variedade de sanduiches sem carne, com paneer (um tipo de queijo), batata, ovo, etc.  Tem muitos restaurantes no país inteiro que são só vegetarianos, especialmente nos lugares que são sagrados para os hindus (Rishikesh, Haridwar, etc.) e nas outras regiões com altas taxas de vegetarianismo (por exemplo, no estado de Gujarat e várias regiões do sul).  Mas nos outros restaurantes, na maior parte do país, é comum ter o cardápio dividido entre pratos de frango, cabra, camarão, peixe (em regiões litorâneas), paneer, e outros pratos vegetarianos – com uma boa seleção de opções em cada categoria.
Isso significa que vai ser fácil achar um churrasco na Índia?  Não.  A carne na Índia tipicamente vem muito temperada – e nos pratos principais, quase sempre vem pedacinhos de carne em um molho.  Mesmo nos pratos “secos” de carne (por exemplo, tandoori chicken e a grande variedade de kebabs no norte do país), a carne é preparada com muitas especiarias.  É fácil achar pratos com carne na maior parte da Índia – mas é quase impossível achar um simples bife grelhado ou frango assado, sem temperos ou molhos!
E é verdade que os indianos não comem carne de vaca?  Para a grande maioria da população, sim.  Mas os mais de 10% da população indiana que são muçulmanos comem carne bovina.  Muitos cristãos indianos também comem carne bovina.  E no estado de Kerala, até muitos hindus comem carne bovina.  Porém, a população hindu do resto do país (assim como os indianos que seguem o sikhismo ou o jainismo) não comem a carne da vaca – e até acham nojento a ideia de comer a carne de um animal que é sagrado para eles.

8. … que a Índia inteira é quente e úmida.

Sim, a maioria da Índia é quente a maior parte do ano.  Mas os invernos ficam frios em cidades como Nova Délhi e Bangalore – leve roupa adequada se for visitar nessa época do ano!
E nem preciso falar das montanhas altas do Himalaia – na verdade, a palavra “Himalaia” significa “morada de neve”.  Tem lugares (como a região de Ladakh) que você só pode chegar por terra durante três meses cada ano – pois as estradas fecham os outros nove meses do ano por causa da neve!
Para mais informações sobre o clima da Índia e quando é melhor visitar o país, leia nossa página sobre o assunto.

9. … que a Índia que conhecemos hoje é uma antiga entidade homogênea.

As várias culturas da Índia são muito antigas mesmo.  Mas a entidade – o país– que hoje chamamos à “Índia” é, de fato, uma instituição relativamente recente.  E a cultura “indiana” é o produto de uma mistura de antigas culturas diversas com histórias variadas.
Durante a maior parte dos últimos milênios, as várias regiões do subcontinente indiano se desenvolveram de jeitos tão diferentes como as várias regiões do continente europeu.  Rajasthan, Tamil Nadu, Bengala, e Kashmir (Caxemira), por exemplo, têm histórias tão diversas como Portugal, Grécia, Polônia, e Noruega.
A maioria da história do subcontinente é caracterizada por um grande número de reinos distintos, com vários impérios surgindo, expandindo, e logo sumindo.  Em alguns poucos momentos da história, um império conseguiu capturar a maioria do que agora chamamos a Índia, como o Império Romano conseguiu fazer na Europa.  O Império Mauria (faz mais de dois milênios) e o Império Mughal (faz uns cinco séculos) eram os maiores impérios no subcontinente antes dos britânicos – mas até esses impérios poderosos nunca subjugaram o sul.
O império britânico foi o primeiro que conseguiu chegar até o extremo sul do subcontinente – mas até eles não conseguiram capturar algumas regiões litorâneas que eram colônias portuguesas e francesas.  E a “Índia” britânica foi muito maior que a Índia atual – incluiu até os territórios que agora são os países de Paquistão e Bangladesh!
Mesmo assim, foi durante a época colonial britânica que uma identidade “indiana” realmente surgiu.  Quando o povo conseguiu a independência dos britânicos em 1947, a “partição” da imensa colônia britânica ocorreu – e a Índia tomou mais ou menos a forma que conhecemos hoje.  (As últimas colônias portuguesas foram integradas no novo país em 1961.)
Por que tudo isso é tão importante?  Porque as identidades regionais aindasão muito fortes na Índia.  Os indianos não são só indianos – são panjabis, marathis, gujaratis, bengalis, tâmils, e muitos outros grupos étnicos.  E estas identidades são bem mais fortes que as identidades paulistas, cariocas, etc. – todos esses povos diversos na Índia até falam idiomas completamente distintos!  Perguntar se alguém fala “indiano” é igual a perguntar se ele fala “europeu” – são línguas que simplesmente não existem.  Determinando até as suas línguas maternas, as identidades regionais são profundamente importantes para os indianos.
A identidade unificada “indiana” também se concretizou nestes últimos séculos – e talvez seja um tipo de milagre que uma população tão diversa e grande conseguiu se unir até este ponto!  A luta prolongada para independência foi talvez a primeira coisa que uniu os diversos povos indianos, mas agora, com uma história em comum como país independente, tem muito mais unindo eles – até a seleção nacional de críquete faz um papel importante nisso!
Hoje em dia, os indianos são extremamente patrióticos e dedicados ao país.  Quase sempre ficam imensamente felizes quando um estrangeiro mostra um interesse genuíno na cultura da Índia – e muitos (embora não todos) defendem o país vigorosamente quando alguém fala ruim de qualquer aspecto da vida na Índia!  É bom para os estrangeiros entenderem que a Índia realmente é um “projeto” difícil – um experimento que une mais de um bilhão de pessoas de diversas etnias, religiões, línguas, histórias, e culturas para viver juntos como compatriotas.
Isso não é fácil – e apesar das várias tensões sociais e outros problemas que existem no país, a opinião de muitos indianos é que o projeto tem sido relativamente bem-sucedido até agora!
Então tudo que você ouviu falar sobre a Índia é falso? Claro que não! Leia também sobre 5 coisas que você ouviu falar da Índia que são verdadeiros!  E curta o Tudo Índia no Facebook para ficar sempre atualizado com as novidades do Blog Tudo Índia!

5 coisas que você ouviu falar sobre a Índia… que são verdades!

Semana passada, publiquei um post muito popular esclarecendo vários mitos falsos que muitos acreditam sobre a Índia.  Mas isso significa que tudo que você ouviu falar da Índia é falso?  Não!  Hoje vou confirmar umas coisas que você provavelmente ouviu falar… que são verdadeiras!
(Se você ainda não leu o post sobre os mitos falsos que muitos acreditam sobre a Índia, sugiro que você leia ele primeiro!)
Já leu sobre os mitos? Então agora as coisas que falam da Índia que não são mitos:

1. Sim, tem vacas nas ruas da Índia.

Talvez você ouviu falar que é comum ver vacas nas ruas indianas – é verdade!
vaca na praia em Goa, Índia
E às vezes nas praias também!
A vaca é sagrada no hinduísmo e pode ir onde ela quiser, sabendo que nenhum motorista vai machucar ou matar ela!  Uma coisa que muitos estrangeiros não sabem é que essas vacas têm donos.  Mas eles deixam as suas vacas andarem soltas na rua para procurar comida, etc.
Os indianos comem muitos laticínios – e sem as vacas, não teriam paneer, gheedahiraitalassi, leite, etc.  Então sempre tem vacas por perto, mesmo no meio da cidade.
Dependendo do lugar, você também vai ver galinhas, cabras, burros, búfalos, macacos, ou outros animais nas ruas durante uma viagem na Índia.  Em alguns lugares, você talvez vai ver camelos (por exemplo, na região do deserto de Rajasthan) ou até elefantes, embora esses últimos dois animais sejam muito menos comuns nas ruas da Índia (e nunca andam soltos como as vacas!)

2. Sim, é verdade que os indianos não usam papel higiênico – eles lavam com água.

E não é só os indianos – lavar com água é o costume na maioria dos países asiáticos, da Turquia para o Japão!
Em muitos banheiros indianos, tem um jato de água perto do vaso para a pessoa se lavar.  Onde não tem o jato, geralmente tem uma torneira do lado do vaso (e um copo grande para encher de água).  Os indianos usam semprea mão esquerda para jogar a água – nunca a mão direita!
Não sou daquelas pessoas que glorificam tudo que fazem no oriente, mas a verdade é que este costume asiático é objetivamente melhor que o nosso costume ocidental em vários sentidos.  Por exemplo, lavar com água é melhor para o meio ambiente, produzindo muito menos lixo – imagina o lixo que bilhões de asiáticos gerariam usando papel higiênico todo dia em vez de água!
E o costume oriental também é mais higiênico!  Lá o povo se banha com água cada vez que utiliza o sanitário.  Muitos indianos até acham nojento a ideia de passar um pedacinho de papel para “limpar” o cocô!  Pense: você não lavaria sua roupa ou seus pratos com papel – precisa de água para realmente limpar bem!
Em lugares na Índia onde tem turistas estrangeiros, os bons hotéis tipicamente fornecem papel higiênico para os seus hóspedes – mas isso é muito raro nos hotéis mais econômicos.  Também não espere achar papel higiênico em banheiros públicos, nem nas casas dos indianos que você vai conhecer nas suas viagens no país – só alguns poucos (mais ocidentalizados) decidiram adotar este costume nosso.  É possível achar papel higiênico para comprar nas cidades grandes do país, e você vai ter que levar um rolo com você se você vai precisar – ou simplesmente pode aprender a se lavar como os asiáticos!

3. Sim, o trânsito de rua na Índia é caótico.

Pensei em colocar aqui um vídeo mostrando como fica o trânsito na Índia na hora do rush em uma rua especialmente lotada e maluca.  Mas não vou – colocarei aqui só um vídeo do trânsito normal, em um dia normal, em uma rua indiana normal:

Bom, a verdade é que alguns que moram na Índia (dependendo de onde eles moram) podem até achar aquela rua muito tranquila!
Mas é basicamente uma rua típica indiana.  Se você quiser ver como fica na hora do rush no centro da cidade, vai ter que comprar uma passagem para a Índia (ou procurar mais vídeos depois no Youtube!)  Mas ao menos dá para ver no vídeo que quem fala que o trânsito na Índia é um caos está falando a verdade – e que até o ato simples de atravessar uma rua é muito diferente na Índia do que você está acostumado no Brasil.

4. Sim, tem muitos mendigos e moradores de rua na Índia.

No post da semana passada, quebrei o estereotipo que “todos os indianos são pobres”.  Mas apesar do fato que as classes média e alta na Índia estão crescendo muito rápido (e o fato que a Índia está entre os países com mais milionários e bilionários no mundo), também é verdade que tem muito mais gente pobre lá que rica.
Quem fizer uma viagem na Índia não vai poder evitar a pobreza.  Vai ver gente morando nas calçadas em muitos lugares.  Vai ver gente morando embaixo de viadutos e ao lado dos trilhos do trem.  Às vezes os mesmos trabalhadores que estão construindo um prédio moderno dormem a noite na calçada do lado da obra.  Infelizmente, é um grande problema no país.  Você não vai ver gente morando em toda rua de toda cidade da Índia, mas vai ver mais que aqui no Brasil.
Também vai encontrar mendigos – inclusive muitos nos lugares turísticos, já que eles sabem que lá vai gente rica do exterior.  Tem mendigos em quase todos os países do mundo, e na Índia tem bastante.
E se você viu o filme Quem Quer Ser um Milionário e quiser saber se é verdade que existe uma “máfia” que machuca crianças para que tenham mais sucesso como mendigos (e que depois essa máfia fica com a maioria do dinheiro que as crianças recebem) – sim, lamentavelmente, isso existe, em Mumbai (onde o filme se passa) e em algumas outras cidades.  É verdade que existe esse tipo de máfia e que machucam crianças para poder ganhar mais.  E quando você vê uma mendiga com um bebê no colo nesses lugares, em muitos casos este bebê não é dela – foi a máfia que deu para ela, porque sabem que ela ganharia mais compaixão (e então dinheiro) com um bebê no colo.  Esses mendigos não ficam com quase nada do que recebem – a máfia pega quase tudo.  Claro que também tem muitíssimos mendigos genuínos na Índia – mas se você viu o filme e só queria saber se é verdade que este horrível fenômeno da “máfia de mendigos” existe, infelizmente existe sim.

5. Sim, a maioria dos casamentos indianos ainda são arranjados.

Com a modernização da Índia, os assim chamados “casamentos de amor” (love marriages) estão ficando sempre mais comuns no país hoje em dia, sobretudo nas cidades grandes.  Mas a verdade é que a grande maioria dos casamentos indianos ainda são arranjados (arranged marriages).  As diferentes pesquisas apresentam porcentagens diferentes, dependendo dos métodos, mas concordam em mostrar que os casamentos arranjados ainda são a grande maioria.
Geralmente são os pais que arranjam os casamentos dos filhos. Estes são sempre com parceiros da mesma religião e de uma casta que eles acham aceitável.  (Leia mais sobre o sistema de castas na Índia aqui.)  A família do parceiro potencial é muito importante; olham não só a casta, mas também a situação financeira, status social, e profissões (sobretudo do noivo e da família dele).  O horóscopo também é muito importante para muitos indianos – não só para investigar se o noivo e a noiva “combinam”, mas também para escolher uma data auspiciosa para o casamento deles.
Uma coisa que dificulta a questão de chegar a porcentagens exatas de casamentos arranjados e “casamentos de amor” na Índia é o crescimento do número de casamentos indianos que não cabem completamente em nenhuma dessas duas categorias.  O que significa isso?
O processo seguinte, por exemplo, está ficando sempre mais comum na Índia: O menino e a menina se apaixonam.  Decidem que querem se casar.  Cada um pede para que os pais “arranjarem” o casamento com o outro.  E os pais do menino se encontram com os pais da menina para que “arranjarem” o casamento (ou não, dependendo do caso!)
Em um país tão diverso como a Índia, tem muitas variações dessa história.  E para quem fizer amizades com uma galera de indianos ocidentalizados nas cidades mais modernas do país, pode até parecer que não existe mais o fenômeno de casamentos arranjados – pois eles pensam no assunto de casamento basicamente como nós.  Mas para a grande maioria da população da Índia, o sistema “tradicional” de casamentos arranjados ainda predomina.
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Agora você sabe!  Mas porque confirmei só cinco verdades sobre a Índia hoje – depois de quebrar nove mitos falsos no último post?
É porque muitos daqueles mitos também têm base em alguma verdade… só que as pessoas acabam exagerando!  Sim, tem muitíssima gente pobre na Índia – mas também tem muita gente rica lá, e uma classe média que está crescendo muito rápido.  Sim, tem muitíssimos vegetarianos na Índia – mas a maioria dos indianos não é vegetariana.  E assim por diante.
Um tema que aparece repetidamente aqui no Tudo Índia é que a Índia é um país incrivelmente complexo e diverso.  Tem muita coisa que existe no país em alguma medida ou outra – mas tem quase nada que seria verdade para todos os indianos.  Então, espero que estes dois posts tenham ajudado a esclarecer umas coisas e tirar umas dúvidas!
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Fonte:http://tudoindia.com.br/blog/5-verdades-da-india/
Duas curiosidades:

1. O uso abundante da pimenta na culinária indiana tem as mais variadas explicações. No norte, serviria para elevar a temperatura do corpo e assim diminuir a percepção do frio no inverno; no sul, serviria para elevar a temperatura do corpo e assim diminuir a percepção do calor o ano inteiro. No país inteiro, também seria um poderoso profilático contra alimentos mal conservados, por suas propriedades de regulador intestinal. Explicações à parte, o fato é que os indianos não acham a mínima graça em nada que não contenha pimenta, de biscoitinhos ao picles do café da manhã. Mas toda a refeição vem acompanhada de um pequeno pote deídoto : a raita , um iogurte preparado com pepino que é capaz de apagar os maiores incêndios provocados pela culinária picante



2. A elevação da vaca à categoria de divindade na Índia pode ter sido a maneira que a sociedade primitiva indiana encontrou para preservar sua mais importante reserva de proteína animal, energia e mecanização rural. Ao não matar as vacas, os indianos garantem um a produção ininterrupta de iogurte e queijo, conseguem esterco suficiente para acender fogareiros em todo o país (seta é a única energia disponível nos grotões rurais); e ainda usam os bois para arar os campos.

Fonte:http://culturaindianaunaerp.blogspot.com.br/p/home_01.html


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