ENTENDENDO A ÍNDIA
(é um mundo tão diferente que você precisa chegar “ambientado”)
Na Índia tudo é MUITO. Muita gente, muitas cores, muita pobreza, muito luxo, muitos bichos, muita pimenta (hehe), muitas línguas (o hindi é o idioma oficial, mas são mais de 400 idiomas e dialetos falados lá. O inglês também é bem falado, não se preocupe, my frrrriend!). São também muitas religiões (80% da população é hindu, e os outros 20% são muçulmanos, cristãos, sikhistas, budistas, jainistas – grave este nome! Vou falar de templos jains maravilhosos que conheci -, judeus, zoroastristas, entre outros).
Como não podia ser diferente, na Índia (no hinduísmo) tem MUITOS deuses. São mais de 330 milhões de divindades (que se sabe!!). Para você “se ambientar”, são 3 deuses principais: o primeiro é Brahma, o criador do universo. Depois vem Vishnu, o deus da manutenção do universo, e Shiva, o deus da destruição. Você deve estar se perguntando “cadê aquele deus elefante?”. Este é Ganesh, filho de Shiva. Corpo de menino e cabeça de elefante. Você vai ver Ganesh sobre as portas de entrada de qualquer casa/estabelecimento/templo hindu, como forma de proteção.
Na nossa cultura, é comum ver pessoas que nasceram muito pobres, estudaram muuuito e ascenderam em termos sociais e econômicos. Porém, na Índia, trabalho e riqueza são insuficientes para configurar a posição que cada pessoa ocupa na sociedade. Você já deve ter ouvido falar no sistema de castas, certo? Oficialmente, desde 1950 o sistema de castas foi abolido. Mas, na prática, não é o que acontece. As castas são passadas de pai para filho (hereditárias) e cada integrante só pode se casar com pessoas do seu próprio grupo. Ou seja, uma ascendência social é algo quase impossível de se ver. Como os hindus acreditam em reencarnação, a mudança para uma outra casta poderia sim acontecer, só que em outra vida, de acordo com a evolução espiritual.
São 5 grupos principais:
1. Os Brahmanes, formado por sacerdotes, professores e intelectuais. Nasceram da cabeça do deus Brahma.
2. Os Kshátriyas, formado por soldados, políticos e administradores públicos. Nasceram dos braços de Brahma.
3. Os Vaishyas, originados do estômago de Brahma, são os comerciantes e agricultores.
4. Os Shudras são os servos (camponeses, trabalhadores braçais, operários), originados dos pés de Brahma.
5. Os Dálits vem por último (e sim, são menos importantes para esta sociedade), também chamados de “intocáveis”, não pertencem a nenhuma casta. São os “párias”, os “fora das castas”. Pessoas totalmente excluídas de direitos e consideradas impuras. São apenas a poeira que está abaixo dos pés da suprema divindade (Brahma). A eles são entregues os trabalhos mais degradantes e mal pagos.
2. Os Kshátriyas, formado por soldados, políticos e administradores públicos. Nasceram dos braços de Brahma.
3. Os Vaishyas, originados do estômago de Brahma, são os comerciantes e agricultores.
4. Os Shudras são os servos (camponeses, trabalhadores braçais, operários), originados dos pés de Brahma.
5. Os Dálits vem por último (e sim, são menos importantes para esta sociedade), também chamados de “intocáveis”, não pertencem a nenhuma casta. São os “párias”, os “fora das castas”. Pessoas totalmente excluídas de direitos e consideradas impuras. São apenas a poeira que está abaixo dos pés da suprema divindade (Brahma). A eles são entregues os trabalhos mais degradantes e mal pagos.
De arrepiar, né? Confesso que, em alguns momentos, de chorar!
Se você é uma pessoa que chora fácil, que se comove ao ver miséria, injustiças (o que nós, ocidentais, chamamos de injustiça), se prepare, pois vai ser uma viagem FORTE, que vai mexer com cada partezinha do seu corpo.
Confesso que em alguns momentos tive vontade de sacudir nossos guias e motorista “Acoooooordemm!!! Mexaaaam-se!!”, principalmente em relação ao conformismo. As pessoas são muito conformadas com sua própria condição, mesmo muitas vezes ela sendo péssima. Acreditam que aquilo é o carma (ou Karma) que receberam, e não podem mudá-lo agora, reclamar, melhorar. O que podem fazer é serem bons, bons com as pessoas, bons com os animais, para voltarem numa condição melhor em outra vida. Então passam a vida fazendo coisas para melhorar seu carma, coisas que trazem boa sorte (você vai ouvir muito o “this is for good luck”). Um exemplo de good luck: alimentar os animais (todos! Vacas, peixes, macacos, cachorros…). Quer saber o lado bom disso tudo? Os indianos são extremamente felizes. E não cabe a nós julgar. Só aprender! 🙂
A República da Índia é o segundo país mais populoso do mundo (isso é algo que você percebe quando chega lá. É gente pra todo lado, algo surreal para quem vive no Brasil. São mais de 1 BILHÃO de habitantes – 1.237 bilhões. Tem noção?), fica atrás apenas da China, e é o sétimo maior país em área geográfica (ou seja, a Índia é enorme e há muito mais do que eu pude conhecer, o que significa que vou ter que voltar pra ver o resto! 😀 rs).
A capital, como já disse, é Nova Delhi, mas a maior e mais populosa cidade é Mumbai / Bombaim (nesta conheci apenas o aeroporto, quando estávamos a caminho das Maldivas). A moeda do país é a Rupia Indiana(1 dólar americano equivale a aprox. 60 rupias – INR) e você vai usá-la bastante por lá. Nós trocamos na Índia mesmo, assim que chegamos. O horário indiano está 8 horas e MEIA a frente do horário de Brasília (separe o dia da chegada para descansar e acertar esse relógio biológico e entenda que vai ser BEM difícil falar com quem ficou no Brasil!! rs).
[ROUPAS]
Para fazer os passeios, visitar templos e monumentos, o traje para as mulheres é saia longa, calça jeans ou vestidão. Nem pense em sair de shortinho ou vestido curto. É pedir para ser apontada na rua! rsrs. A blusa pode ser de alcinha, mas tenha sempre na bolsa uma pashmina (você pode comprar uma mais linda que a outra por lá). Já nos hotéis (os hotéis são como “bolhas” na realidade), você pode usar roupa como usa no Brasil. Inclusive biquini para ir a piscina.
[CUIDADOS COM HIGIENE E SAÚDE]
Leve SEMPRE com você um frasco de álcool gel. Voltamos “intactos” da Índia (o que significa que não tivemos nem uma pequena dor de barriga rsrs). Mas tem gente que pega de tudo por lá. Não custa nada limpar as mãos com álcool o tempo todo. A água da Índia é muito suja, por isso tome sempre água engarrafada, lacrada e se possível de marca conhecida. Nós usávamos água mineral até para escovar os dentes. Em hipótese ALGUMA coma salada, nem nos hotéis. A água usada para lavar os alimentos é que é o problema. Nós evitamos sucos também. Pode parecer exagero para alguns, mas pra que arriscar?! É uma chance única na vida estar em um lugar desses e eu não vou querer perder um segundo da viagem porque tive uma dor de barriga!
Não custa também levar um pouquinho de papel higiênico na bolsa. Como passamos muito tempo na estrada, vai que precisa parar em algum lugar que o banheiro seja “difícil”… Por sorte, todos os lugares que paramos eram ótimos. 🙂 O motorista já tem essas paradas planejadas!
Por último, remédios! Leve TUDO o que puder para TUDO o que você possa sentir. É bem difícil comprar remédios lá, sem falar que muitas das farmácias vendem remédio “à granel”, o que não é legal.
[BARGANHAS]
A Índia é O LUGAR para negociar. Você pode passar hoooooras negociando algo que deseja comprar (e olha que dá pra baixar BEM! Não desista!!). Os indianos são muito bons nisso, prepare-se! Seu motorista vai ficar empurrando um monte de lojas, porque ganha uma super comissão. Evite ir nessas lojas, pois vai sair mais caro. E jogue a real com o motorista dizendo que você não foi a Índia pra comprar e sim pra passear! 🙂
[PEDIDOS PARA TIRAR FOTO COM VOCÊ]
Não se assuste quando as pessoas começarem a tirar foto de você (eu também tirei várias das indianas, porque tudo me atraía… As cores, os sáris, o cabelo, o jeito…), é normal que eles queiram fotografar o que é “diferente” pra eles, principalmente nas cidades menores. Alguns colocam até o filho no seu colo pra fotografar. Você leva um susto, mais logo se acostuma rsrs. Se algum dia você já quis ser famoso, aproveite seus minutinhos de fama e se sinta uma estrela de Bollywood! hahahaha
[ANIMAIS]
Na Índia você vai ver animais por TODOS os lados. Eles vivem lá como as pessoas, tudo junto e misturado. Você vai ver vacas, macacos, cachorros… E não ouse matar uma barata! Como falei, tratar bem os animais é “melhorar o carma”, por isso, a maioria dos indianos são vegetarianos e também alimentam os animais sempre que podem.
Você já deve saber, mas a VACA é sagrada no hinduísmo. Elas podem circular livremente nas ruas do país (e se tiver um grupo delas parado no meio da estrada, é só AGUARDAR que elas saiam rsrs). Portanto, não se come carne bovina na Índia. E é até uma ofensa contar a um indiano sobre o churrasco brasileiro. As outras carnes lá são deliciosas e você nem vai sentir tanta falta assim de um “bifinho”.
[COMIDA INDIANA]
Hum… chegou uma das melhores partes!
Antes de ir para a Índia, pensava que iria até emagrecer durante a viagem. Sou praticamente carnívora, não como verduras/legumes e costumo ser “difícil” pra comida. Mas vou confessar que a Índia me pegou pelo estômago! rsrs! Não foram poucos os quilinhos que ganhei por lá. Para mim, hoje, a culinária indiana é uma das melhores do mundo! Mas, se prepare! Pois pimenta é o que não falta por lá. O curry indiano é MUITO picante. Se você não gosta de comida apimentada, peça mil vezes para vir sem. E mesmo assim virá bem apimentada para padrões brasileiros!
1. Tandoor
O Tandoor é um forno de barro muito tradicional na culinária indiana. Os espetos (de frango, peixe, cordeiro, vegetais, queijo) misturados com iogurte, alho, gengibre, pimenta e outros temperos, são colocados no meio do forno e os pães (chamados de naan) são assados nas paredes internas.
2. Chicken Tikka
Um frango com molho de iogurte D-E-L-I-C-I-O-S-O!
3. Azafran Rice (Pullao)
O açafrão indiano tem um sabor inconfundível. Nem se compara com o que comemos no Brasil. Esse não tem só cor amarelada, tem GOSTO. Inclusive açafrão é uma das especiarias que você pode comprar na Índia (vou falar sobre isso no post de Jodhpur).
4. Murg Tikka Masala
Cubos de frango desossado, assados no tandoor, misturados num rico molho de tomate, cebola e especiarias (esse era meu preferido!).
5. Naan
Já falei desse pão no item número 1. É o pão indiano… Sequinho, crocante! O butter naan é o melhor! (Estou até com água na boca escrevendo tudo isso!!)
6. Rogan Ghost
Cozido de cordeiro. O cordeiro indiano é um absurdo de tão gostoso!
7. Gulab Jamun
Esse é para a sobremesa. São bolinhos de leite com calda de rosas. Delícia!!!
8. Lassi
Bebida típica indiana, pode ser pedida doce, salgada ou com gosto de manga. É feita a base de iogurte natural com essência de rosas.
9. Kulfi
Kulfi é o sorevete indiano. Os sabores mais tradicionais são: manga, pistache e rosas. Algumas vezes são servidos com sweet noodles.
10. Loki
Nosso doce preferido. É tradicional da região do deserto Thar (comemos em Jaisalmer). É feito com algo parecido ao leite condensado. O Loki parece um “chuchu” rsrs. Nem acreditei quando vi do que era feito! Pedimos pra o garçom trazer a FRUTA após nos apaixonarmos pela sobremesa!! Delicioso.
*** ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL ***
Eu nunca viajo sem seguro de saúde internacional. Sempre faço o meu pela REAL Seguros e recentemente precisei usar e fui super bem atendida. Clique aqui para fazer uma cotação. Após compra online, a apólice chega por email em minutos.
COMO CHEGAR / ONDE FICAR
Saindo de São Paulo (GRU), você pode chegar em Nova Delhi (DEL) mais facilmente com 3 cias aéreas:
- Etihad (com conexão em Abu Dhabi, Emirados Árabes)
- Qatar (com conexão em Doha, Qatar)
- Emirates (com conexão em Dubai, Emirados Árabes)
Você também pode ir via Europa, voando com a Lufthansa (conexão na Alemanha), Air France(conexão na França), KLM (conexão na Holanda), Swiss (conexão na Suiça) e British Airways(conexão na Inglaterra).
O que você precisa para entrar no país
1. Passaporte válido por no mínimo 6 meses
2. Visto de turismo (para facilitar, nós tiramos com a ajuda de um despachante. Tenho dois contatos: 1. Tiago do Valle – Megtur Operadora – tiago@megturoperadora.com.br | 2. Ana Galdino Assessoria em Documentação – paulista@anagaldinoassessoria.com.br (faça um orçamento com os dois, pois o preço da comissão pode variar muito).
3. Certificado internacional de vacina contra febre amarela
(algumas pessoas vão dizer que você precisa ter dezenas de outras vacinas para ir pra Índia. Conheço muita gente que já foi pra Índia além de mim e do meu marido e que voltaram com a saúde perfeita. Vá com a vacina de febre amarela, leve todos os remédios que puder rsrs, um bom seguro saúde e muito cuidado com água, alimentos e higiene. Pronto!)
4. Passagem de ida e de volta
5. Reservas de hotéis
6. Não é obrigatório, mas eu sempre recomendo viajar com um bom seguro de saúde internacional. Vai que… Ainda mais em um país tão diferente, né? Sempre faço com ISIS Assistência Médica Internacional. Nunca precisei usar, ainda bem, mas meu irmão já usou e aprovou 😉 Você pode emitir este seguro ISIS na STB (mesmo que você não seja estudante e nem vá viajar com eles).
Fizemos todo nosso roteiro de carro (com motorista indiano. Nem pense em dirigir por lá! O trânsito é uma loucura! Pessoas cruzando, vacas deitadas no meio da estrada… Um verdadeiro caos! Sem falar que lá é mão inglesa. Prepare seus ouvidos para as buzinas!!) e também fizemos um trecho de trem (que não indico! Vou falar sobre este pesadelo ainda nessa série de posts). Se você for só para a Índia (meu roteiro), sugiro fazer tudo de carro e quando chegar na última cidade, Udaipur, pegue um avião de volta para Delhi.
Você pode voar de Jet Airways, Spice Jet (cada avião dessa cia tem nome de um tempero kkk), JetKonnect (com essa voamos para Mumbai. Achei ótimo. Super pontual, avião novinho e vôo tranquilo) e Air India.
Não costumo viajar com agência de turismo, mas confesso que na Índia fiquei um pouco receosa. Fizemos as cotações com agências no Brasil e saía TÃO mais caro que fazer “por conta” que eu não teria coragem de pagar. Apesar de parecer, não é tão difícil assim viajar para Índia. Você só precisa de um super motorista (que vai acompanhar você por toda a viagem), hotéis reservados on-line (o que são os hotéis indianos, gente?) e guias locais para explicar as cidades. E tudo isso você pode achar pela internet. Cada cidade que vou escrever aqui tenho um guia para indicar. É só combinar previamente que ele estará esperando por você no lugar marcado! 🙂
Para estar mais tranquilos (era nossa lua de mel), contratamos uma agência lá (indiana) para nos ajudar com a parte terrestre (motorista e guias). Hotéis e vôos reservamos por conta. O nome da agência é United India Tours and Travels (india_tourisminformation@hotmail.com / falar com Vikram). O bom foi ter o motorista já nos esperando no aeroporto. Mas sinceramente, não gostei. Apesar de tudo ter dado muito certo, nosso carro era beeem velho, e isso faz toda a diferença naquelas estradas. Já os guias eram ótimos. Nosso motorista era o Deepak (o Zeca Camargo hindu! Igual!! hahaha), uma pessoa muito querida, de bom coração e de confiança.
Em Jodhpur pegamos um carro de outra empresa chamada K.S. Tours para viajar até Jaisalmer. Indico muito! Só fizemos um trecho de 6h, mas eles também oferecem serviço de motorista para todo o norte da Índia. O carro era novinho e cheiroso e o motorista super profissional. Recomendo mais do que o nosso. Para acessar o site, clique aqui.
Outros motoristas (de amigos que já viajaram e suuuper recomendaram): Atma, Raju (sobrinho do Atma) e P.K. (amigo do Atma). Só entrar em contato por e-mail discoverwithatma@hotmail.com. O carro deles é espaçoso e mais novo. Essencial!
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