OM, o som universal
O OM é celebrado em diversas filosofias e religiões, mas principalmente na filosofia hindu, da qual se originou. É considerado o corpo de Brahman, o Ser Absoluto, a partir do qual todo o universo se forma. Por essa origem divina e essencial, esse mantra sagrado figura como o começo, o meio e o fim, como o som que deu origem à criação do universo manifestado (prakriti), que é responsável por seu desenvolvimento e que causa também sua dissolução.
O SOM DO SER UNIVERSAL
Dentro do hinduísmo, o OM é uma sílaba mais sagrada, é, por ser o símbolo de Brahman, , está ligado ao Yoga e ao objetivo de realização pessoal, exatamente por ser um veículo direto do Ser Universal, da criação do universo e da consciência pura. Como símbolo universal do Yoga, é citado nos shástras do hinduísmo como o “absoluto sonoro”, ou seja, um som ou uma vibração que representa o universo como uma totalidade, onde não há distinções em partes individuais como nossa percepção usual indica, estando associado à percepção do yogi de novos estados de consciência.
Existem muitas formas de se referir a esse mantra, ao seu som e à sua forma, conforme ele seja proferido (pránava), grafado (omkára), visto ou imaginado, tamanha é sua importância. Essa simples sílaba, que mais parece um murmurar, carrega em si todo o conhecimento dos Vedas, o poder sobre a matéria, a consciência do espaço e do tempo, do presente, do passado e do futuro. É usado no começo da meditação, no começo e no final de uma oração, durante a prática do Yoga, de fato em todos os momentos em que o pensamento de Brahman impregna um ser.
O Pránava é também o Bíja-mantra, ou som semente, do Ájña Chakra, o centro de energia que é responsável pela meditação, pelo intelecto, pela vida espiritual, pela evolução do ser humano e canal de conexão com o Brahman. Ao proferir o OM você estimula todos os processos que levam ao estado de meditação (dhyána).
A SÍLABA SAGRADA AUM
Swami Vivekananda, em seu livro "Bhakti Yoga", define o OM como sendo a síntese de Brahman e de toda a criação: “... o OM apenas; porque essas três letras (A U M), pronunciadas em combinação como OM, podem muito bem ser o símbolo generalizado de todos os sons possíveis. A letra A é o mais conhecido dos sons, por isso Krishna diz no Gitá: ‘Eu sou o A entre as letras’. Todos os sons articulados são produzidos no espaço dentro da boca, começando na raiz da língua e terminando nos lábios – o som da garganta é A, e M é um som produzido nos lábios, o U representa o ralar do impulso que começa na garganta e termina nos lábios. Se pronunciado corretamente, o OM representa todo o fenômeno da produção do som, e nenhuma outra palavra pode fazer isso; este é, então, o melhor símbolo para Sphota, que é o real significado do OM. E como o símbolo nunca pode ser separado de seu significado, o OM e Sphota são um. E por Sphota ser o lado mais puro do universo manifestado, está mais próximo de Deus, e sendo, na verdade, a primeira manifestação do conhecimento sagrado, esse OM é verdadeiramente um símbolo divino."
Outra forma de entender a combinação de letra coloca a letra A, o começo como sendo a representação de Brahma e da criação do universo. A letra U é a representação de Vishnu, a divindade do equilíbrio e da manutenção do universo. A letra M representa Shiva, ou a parte final do ciclo da existência, seja como representação do fim da vida natural ou como fim da existência sensorial por meio do controle conquistado pelo yogi por meio da meditação.
Uma vez liberto dos pares de opostos que são impostos ao ser por intermédio dos sentidos, o yogi conhece a verdade. Os sentidos são limitados e imprecisos, o Ser é eterno e ilimitado.
Na tradição do Yoga, a meditação no som do OM leva à realização do sutil, ao encontro da realidade absoluta. A realização da meditação pode ser por meio de sua mentalização, chamada também de manasika mantra ou mantra mental; acontece também mediante a visualização de sua forma, como yantra ou objeto de concentração; ou ainda por meio da simples repetição ou japa do mantra OM.
VOCALIZAÇÃO DO MANTRA
Existem muitas formas de vocalizar o mantra OM ou pranu, como é chamada sua pronúncia, que ajudam o praticante a transformar a energia mais grosseira em energia sutil. Por exemplo:
1 - OM, OM, OM, OM, OM, OM, OM
Repetido inúmeras vezes quase sem espaço entre uma emissão sonora e outra. Considerado mais grosseiro por não ser completo, não possui espaço para o silêncio, antítese do som e seu complemento perfeito.
2 - OOM, OOM, OOM, OOM, OOM
Repetido com uma pequena pausa, alongando a sílaba – eliminando a pressa, acalmando a mente. Essa forma de execução do mantra permite uma concentração maior.
3 - OM__OM__OM__OM__ OM
Repetido com um silêncio de mesma duração da emissão do som entre os mantras – equilibra o som e o silêncio, a mente já está calma e não tem ansiedade ou pressa. Dessa forma, a concentração passa a ser uma vivência do espaço interior.
4 - OOOOOOOOOOOMMMMMMMM
Contínuo, como uma onda, que deve ser sentida e vivida, o som ocorre como decorrência de uma utilização mais sutil da energia e o consequente mergulho em níveis mais profundos, sem oscilações, da consciência.
Fonte: O Livro de Ouro do Yoga, André de Rose, Ediouro
O vídeo traz o mantra OM numa repetição (japa) de 108 vezes para sua meditação:
Fonte:https//www.comprazen.com.br/blog/1/222/om-o-som-universal-mantra-meditacao-yoga-hinduismo-vedas-nosso-blog
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