- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Gandhi e a não-violência
Enrique Baldovino
Há 50 anos atrás Gandhi conquistava a Independência da Índia, e a mensagem de vida do Mahatma Gandhi, acerca da não-violência, é mais atual do que nunca, nestes dias conturbados, difíceis e violentos.
No último dia 15 de agosto comemoraram-se exatamente 50 anos da Independência da Índia. Uma das civilizações mais antigas do mundo, a Índia comemora o cinqüentenário da sua libertação do Império Britânico, conquistada após uma luta política pacífica comandada por Gandhi e Nehru.
Em 15 de agosto de 1947, aquela Nação, hoje com mais de 900 milhões de habitantes, livrou-se do imperialismo inglês.
Mas quem foi Mahatma Gandhi? Qual a sua proposta de vida da não-violência, já que libertou 700 milhões de pessoas (em 1947) sem o derramamento de uma só gota de sangue da sua parte?
Vamos conhecer um pouco mais deste Apóstolo da religiosidade indiana e mundial, começando pela sua desencarnação, continuando com a análise da sua proposta da não-violência para o mundo todo e tecendo ao final algumas considerações sobre Nosso Senhor Jesus, acerca de Gandhi e da Doutrina Espírita.
A morte de Gandhi
Ao mesmo tempo em que aconteceu a Independência da Índia, este país foi dividido em dois Estados: a União Indiana (hindu), e o Paquistão (muçulmano), uma «vivissecção» que Gandhi considerou inaceitável.
Dedicou-se, então, o Mahatma, a reconciliar as duas comunidades, mas este fato provocou o ódio de ambas as partes, até que aconteceu um fato muito lamentável para aquele país e para o mundo. Era o dia 30 de janeiro de 1948. Mohandas Karamchand Gandhi tinha 78 anos. Quando se dispunha para orar junto a 500 pessoas, foi assassinado brutalmente com vários tiros de revólver por Nathuran Vinayak Godse, um hindu fanático que nunca aceitou seus sentimentos fraternos para com os muçulmanos. Suas últimas palavras foram: He Rama! (Oh, meu Deus!)
O Mahatma e a não-violência
Analisando a Vida e a Obra do Mahatma (denominação que significa Alma Grande, dada a Gandhi por um dos maiores poetas e escritores da Índia: Rabindranath Tagore, contemporâneo seu e Prêmio Nobel de Literatura em 1913), percebemos que toda ela tem uma coerência formidável, entre o que disse e o que fez, fato muito difícil de encontrarmos na vida de um homem dos nossos dias. Notemos o que disse outrora o líder pacifista indiano: «A força de um homem e de um povo está na não-violência; experimentem». (Os grifos são nosssos.)
E as suas idéias e sua conduta (discurso e ação) liberaram a mais de 700 milhões de indianos e muçulmanos do jugo, da opressão e domínio do império inglês, sem o derramamento de uma só gota de sangue da sua parte.
Mas o que é a não-violência? Em que consiste a sua prática?
Nas seguintes palavras textuais de Gandhi entenderemos melhor qual é a essência do pensamento-ação da não-violência: «O que quer que façam conosco, não iremos atacar ninguém nem matar ninguém; estou pedindo que vocês lutem, que lutem contra o ódio deles (do governo inglês), não para provocá-lo. Nós não vamos desferir socos, mas tolerá-los, e através do nosso sofrimento faremos com que vejam suas próprias injustiças e isso irá ferí-los, como todas as lutas ferem, mas não podemos perder, não podemos... Eles poderão torturar meu corpo, quebrar meus ossos, até me matar, então terão meu corpo inerte, mas não a minha obediência».
Jesus, Gandhi e o Espiritismo
Estas significativas palavras-atos nos fazem lembrar as sábias palavras do Nosso Senhor e Mestre Jesus há quase dois mil anos: «Vós tendes ouvido o que se disse: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos que não resistais ao mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra» (Evangelho de Mateus, cap. 5: vv. 38 e 39).
Estes eternos ensinamentos do Cristo foram interpretados em espírito e verdade pelo ínclito Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, quando esclarece: «Por essas palavras Jesus não proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Dizendo-nos para oferecer uma face quando formos batidos na outra, disse, por outras palavras, que não devemos retribuir o mal com o mal; que é mais glorioso para ele ser ferido que ferir, suportar pacientemente uma injustiça que cometê-la; que mais vale ser enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros. A fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa o mal impune, é a única que nos pode dar a força de suportar pacientemente os atentados aos nossos interesses e ao nosso amor-próprio». (In «O Evangelho segundo o Espiritismo», cap. XII: Amai os vossos inimigos.) (Os grifos são de A. Kardec.)
Fazer o bem em troca do mal
Voltemos a Gandhi: «Foi a minha mulher (Kasturbai Makanji Gandhi) que me ensinou a não-violência, quando tentei dobrá-la à minha vontade. A sua obstinada resistência, de um lado, e, do outro, a tranqüila submissão no sofrimento que padecia por causa da minha estupidez, agiu de tal modo em mim que comecei a envergonhar-me e deixei de acreditar que tinha por natureza o direito de dominá-la. Destarte, ela tornou-se o meu mestre da não-violência».
«A verdadeira beleza, aquela que eu pretendo, está em fazer o bem em troca do mal». (Grifos nossos.)
Amai os vossos inimigos
Agora é a vez de voltarmos, primeiramente, aos profundos e atuais ensinamentos do Cristo, e logo após às esclarecedoras interpretações do eminente Codificador Allan Kardec: «Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos Céus, o qual faz nascer o seu Sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos» (Mateus, V: 20, 43-45).
E Allan Kardec sabiamente complementa: «Amar aos inimigos não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural, uma vez que o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira inteiramente diversa que o de um amigo. Mas é não lhes ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-nos, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los. Todo aquele que assim fizer, cumpre as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos» (Idem Obra espírita citada). (Os grifos são originais.)
Notemos que Gandhi não era cristão! Ele era seguidor dos ensinos do livro sagrado indiano: o Bhagavad Gita, e em certa feita manifestou (após ter lido o Sermão da Montanha, do Evangelho de Jesus) que qualquer pessoa, que seguisse e vivenciasse os ensinamentos do Sermão do Monte, seria imensamente feliz. Este era Gandhi, digno de ser, sem sombra de dúvida, um dos Guias da Humanidade.
Conclusão
Para concluir, gostaríamos de deixar - para os nossos leitores - outras idéias-ações do Mahatma, que particularmente tocaram muito fundo a nossa alma, extraídas do livro «O Pensamento de Gandhi» (Editora Martin Claret): «A não violência é o meio. A verdade é o fim». «O amor à Verdade supõe a vontade de querer entender sempre o ponto de vista do adversário». «Não desejo morrer pela paralisação progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido. A bala de meu assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria». «Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros». «Se um único homem chegar à plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões».
Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros. (Gandhi)
(Jornal Mundo Espírita de Outubro de 1997)
Fonte:http://www.espirito.org.br/portal/artigos/mundo-espirita/gandhi-e-a-nao-violencia.html
Mahatma Gandhi - O Apóstolo da
Não violência
Mahatma Gandhi: Nesta era de violência necessitamos homens que semeiem a pazAssim como há uma força de coesão na matéria inanimada, também deve existir uma entre os seres animados, e o nome desta força de coesão entre eles é o AMOR
Mahatma GANDHI, “Minha Religião”
Há um tempo, quando foi celebrado o Dia Mundial da Paz, se lembrou naquela oportunidade de Mohandas Karamchad Gandhi, o advogado e filósofo Indiano, alma do movimento de liberação da Índia e pai da Não-Violêencia.
Vimos nas notícias os atos celebrados em todas as latitudes para comemorar tão destacada data: adultos e crianças, grupos de toda espécie advogando pela Paz e por um mundo melhor, onde prevaleça a Igualdade, a Fraternidade...
E parece muito bom que se faça propaganda pela Paz. Parece muito bom que com todos estes atos tratemos de inculcá-la nos menores e nas Consciências dos adultos. E também consideramos que se deveria trabalhar mais pela Paz mundial. Mas, ao desligar o televisor, ao passar o dia de comemoração, fica a triste realidade do que somos: continuam as brigas e discussões familiares, as disputas de vizinhos, os conflitos políticos, religiosos e sociais, o terrorismo, as abomináveis guerras e muitos eteceteras, que não são outra coisa que a projeção da violência que carregamos em nosso interior...
Portanto, consideramos que o problema não está fora, senão dentro do homem, e é ali onde devemos fazer grandes mudanças e transformações para que a tão almejada Paz fique bem cimentada.
Por isso, trataremos agora de estudar o fundamento da Doutrina da A-Himsa, isto é, da Não violência, e daquilo que não nos permite realizá-la.
A-HIMSAA Não Violência no coração das realidades espirituais e históricas da Índia
A-HIMSA é o pensamento puro da Índia: A Não violência. O A-Himsa está realmente inspirado por AMOR UNIVERSAL.
“HIMSA” significa “querer matar”, “querer prejudicar”, etc.”A-HIMSA” é, pois, a renúncia a toda intenção ou dano, ocasionado pela violência. A-Himsa é ALTRUÍSMOe AMOR, A-Himsa é RETA AÇÃO.
O Mahatma Gandhi fez da A-Himsa o báculo de sua doutrina. Em seu aspecto filosófico, doutrinário, nós, os Gnósticos, seguimos os rastros do Mahatma Gandhi.
Gandhi definiu a política do A-Himsa assim:
A-Himsa, sequencialmente, é Não violência em pensamentos, palavras e obras. A-Himsa é COOPERAÇÃO, éRESPEITO às idéias alheias, respeito a todas as religiões, escolas, organizações, etc.
Os Homens Autênticos e de boa vontade aceitam a A-Himsa e a praticam, porque não ignoram que é impossível iniciar uma nova ordem excluindo a Doutrina da Não Violência.
No entanto, o Eu, o Ego, o Mim Mesmo (egoísmo, ódio, rancor, frustração, inveja, ciúmes, ira, medo, etc.) é contrário a A-Himsa. Certamente, o personalismo, o desejo revanchista, a autossuficiência, o querer ressaltar como Ego, é a peçonha maldita que conspira contra a Paz, contra a Cooperação, contra o Amor.
A A-Himsa, já foi dita pelo Mahatma Gandhi, é umaRESISTÊNCIA DA ALMA. Mas o falso sentimento do Eu, a crueldade que carregamos em nosso interior (em nosso Espaço Psicológico), a sede de vingança etc., detém todo progresso interior da Alma, impedem a aplicação do A-Himsa, só produzem anarquia, confusão, dor. A Lei do Talião ou Lei do homem violento (olho por olho e dente por dente) é um círculo vicioso e absurdo. O A-Himsa (que poderíamos denominar “LEI DA MISERICÓRDIA”), pelo contrário, nos coloca sob novas influências, nos ajuda a viver consciente e inteligentemente.
A melhor arma que um homem pode usar na vida é um estado psicológico correto. Ele pode desarmar feras e desmascarar traidores, mediante ESTADOS INTERIORES APROPRIADOS. Não precisa dizer que Gandhi conseguiu muito para seu país utilizando a Não violência, a Não resistência ao mal, isto é, utilizando um Estado Psicológico adequado.
Obviamente, as trevas não se desfazem com bofetadas, senão trazendo a Luz. Tampouco se desfaz o erro combatendo corpo a corpo com ele, senão difundindo a Verdade.
O que o mundo ganhou com tanta violência, com tanto sangue derramado nos campos de batalha? Melhor é praticar incondicionalmente o bem, ensinando suas vantagens por meio da prática.
O ataque, a agressão, a violência verbal ou física provocam o ódio dos que erram. Assim, de equivocados, chegam até a maldade. Em outras palavras, atacando o mal provocamos o rancor daqueles que se comprazem na maldade, e então se tornam piores.
O que necessitamos é DIFUNDIR A LUZ para dissipar as trevas. Mas, como poderia difundir a Luz aquele que vive entre as trevas horríveis do Eu, do Ego, do Mim Mesmo?
A prática da A-Himsa exige, acima de tudo, uma mudança de conduta, uma MUDANÇA NA MANEIRA ou MODO DE SER.
A sociedade é a extensão do indivíduo. Se o indivíduo é cruel, cobiçoso, despiedado, violento, assim será a sociedade.
Sobre a face da Terra há dor, há fome, confusão e muitíssima violência. Nada disto se pode eliminar com os procedimentos intelectuais e absurdos que até agora viemos aplicando, senão com a transformação de cada criatura humana, porque o que “Eu Sou”, neste momento, agora, de fato é o Grupo, o Sindicato, a Família, a Sociedade, o Governo, o País e assim sucessivamente.
Nós, desafortunada e infelizmente, não compreendemos o que é a A-Himsa e o porquê da atitude psicológica deMahatma Gandhi. Para o “animal intelectual” do Século XX, Gandhi não é mais que um sonho atravessado por uma bala que já faz 49 anos... "Minha vida é minha mensagem", escreveu o insigne Apóstolo da Paz.
Franklin Ugas, Venezuela
|
http://wwwFonte:vopus.org/pt/gnose/grandes-personagens/mahatma-gandhi--o-apostolo-da-nao-violencia.html
Gandhi e a Não-Violência
Fonte: Lia Diskin
A respeito disso Gandhi afirma: “Pode garantir-se que um conflito foi solucionado segundo os princípios da não-violência se não deixa nenhum rancor entre os inimigos e os converte em amigos”. Isto revela uma ousadia intelectual que amplia nosso entendimento da condição humana, ao mesmo tempo que promove a criação de um número maior de alianças para fortalecer o tecido social sobre bases de convivência confiável que, por sua vez, abrem caminho para a Paz.
É oportuno lembrar que Gandhi testou suas idéias nos tribunais, em meio a manifestações populares inflamadas, no cárcere junto a dissidentes políticos, entre parlamentares e até com representantes da coroa britânica. Não é um teórico nem um acadêmico, mas um político, um cientista social e articulador paciente e persistente. Tampouco é um romântico que ignora a sedução que exerce em todos nós a sede de poder, de reconhecimento e de riquezas. Todavia, acredita firmemente na condição transformadora das forças espirituais que desencadeiam o legado das religiões, independente da cultura onde tenham florescido. Ele diz a respeito de mesmo: “Não sou um santo que se tornou político. Sou um político que está tentando ser santo”.
Referências inspiradoras da sua trajetória. Filho de mercadores, Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em 2 de outubro de 1869, na cidade de Porbandar, na costa ocidental do norte da Índia. Apesar da admiração que nutria pelo pai – administrador e funcionário público muito respeitado na comunidade – foi a personalidade de sua mãe, Putlibai, que exerceu influência definitiva na vida espiritual daquele que se tornaria Mahatma.
Profundamente religiosa e considerada santa pelo próprio Gandhi, na fazia um refeição sem rezar; freqüentava diariamente o templo; jejuava todos os meses com o propósito de purificação; impunha-se penitências que sempre cumpria e nunca deixava de atender com extrema boa vontade aos necessitados. Era devota do deus Vishnu, e observava os preceitos do hinduísmo com alegria e entusiasmo singular.
Esses preceitos estão contidos na Bhagavad Gita, que reúne harmonicamente todas as disciplinas fundamentais da complexa tradição religiosa indiana, e foi o livro de cabeceira de Gandhi até seus últimos dias. Ele recitava décor seus dezoito capítulos, e escreveu um extenso comentário sobre o mesmo à luz dos novos desafios que apresentava o século XX.
Entretanto, e paradoxalmente, é em Londres que toma conhecimento das riquezas oferecidas à humanidade pela sua cultura natal. É em Londres também que entra em contato com a Bíblia, identificando-se de maneira particular com o Sermão da Montanha; descobre as idéias de Tolstoi, Thoreau, Emerson, Ruskin e os socialistas utópicos, que estarão presentes na sua concepção política balizada pela ética e a justiça.Fonte:http://www.palasathena.org.br/cont_pedagogico_detalhe.php?pedagogico_id=39
Independência da Índia: Não-violência e desobediência civil de Ghandi
Entre as consequências da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pode-se apontar a descolonização e o surgimento de várias novas nações na África e na Ásia.
São países que se libertaram do jugo das velhas potências colonialistas, como a Argélia e o Congo, continente africano, e o Laos, a Tailândia, o Camboja e a Indonésia, no asiático. Contudo, um dos momentos mais importantes desse processo foi a independência da Índia.
País de dimensões continentais, com cerca de 3,3 milhões de km², o país - dividido em vários principados - era dominado pela Inglaterra desde o século 18 e constituía uma das mais importantes colônias britânicas sob o aspecto econômico. Em 1885, surgiu o primeiro movimento nacionalista na região, encabeçado por intelectuais indianos.
Entretanto, até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o movimento nada conseguiu. A partir daí, passou a enfrentar uma Inglaterra enfraquecida economicamente e com dificuldades para manter seu extenso império, construído ao longo dos séculos 18 e 19. Por outro lado, a Índia estava marcada há cinco séculos pela divisão religiosa entre hindus e muçulmanos, grupos religiosos que criaram suas próprias organizações políticas em prol da independência.
"Mahatma" Gandhi
O grupo que se destacou foi o Partido do Congresso, que reunia os hindus. Contava com um líder extraordinário, o advogado Mohandas Gandhi, chamado de "Mahatma" ou "Grande Alma", nome que ele mesmo rejeitava. Gandhi pregava a resistência à dominação e a luta contra os britânicos por meio da não-violência e dadesobediência civil, métodos que já havia empregado contra o Apartheid, na África do Sul, onde vivera.
A ação de Gandhi consistia em desobedecer as leis inglesas sem se importar em sofrer as consequências do ato, em boicotar os produtos ingleses, em fazer greves de fome para que hindus e muçulmanos deixassem de lado as divergências religiosas e se unissem em favor da causa comum: a independência. Sua figura acabou por conquistar admiradores no mundo todo, inclusive na Inglaterra e o gandhismo inspira até hoje os movimentos pacifistas.
Ainda assim, os adeptos do islamismo na Índia se uniram na Liga Muçulmana, sob o comando de Mohamed Ali Jinnah, decididos a agir por conta própria o que os levava a frequentes choques com os hindus. Os governantes ingleses se aproveitavam dessas realidades e as insuflavam, como forma de retardar o processo de independência.
Discurso de Gandhi - Não a Violência
Concessão da Independência e conflito com o Paquistão
A Segunda Guerra Mundial, porém, enfraqueceu ainda mais a Inglaterra, de modo que, ao fim do conflito, não conseguiu mais manter o domínio sobre a Índia. Em 15 de agosto de 1947, a independência da Índia foi concedida. O país, porém, ainda enfrentava forte tensão entre os grupos religiosos rivais e se fragmentou em dois, a Índia propriamente dita e o Paquistão, sendo que este estava geograficamente dividido em Oriental e Ocidental, com um enclave indiano entre ambos.
Portanto, a violência religiosa e a disputa por terras prevaleciam. Gandhi, que pregava a paz e a união de hindus e muçulmanos, foi assassinado em 1948 por um radical hindu. No mesmo ano, a ilha do Ceilão, a sudeste do subcontinente indiano, tornou-se um Estado independente, com o nome de Sri Lanka. Do mesmo modo, o Paquistão oriental formaria um novo país, Bangladesh, em 1971.
Hoje, na República da Índia, os conflitos entre hindus e muçulmanos são menores, embora persistam. Outros dois grupos religiosos também têm força no país, os budistas e os sikhs, uma seita hinduísta com características próprias. As relações com o Paquistão ainda são conflituosas, em especial no que se refere à província indiana da Caxemira, no norte do país.
Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-da-india-nao-violencia-e-desobediencia-civil-de-ghandi.htm
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário