INTEGRANDO A MEDICINA AYURVÉDICA EM PROGRAMAS DE PESQUISA SOBRE O CÂNCER: CONTEXTO E EXPLICAÇÕES DO AYURVEDA E A AMPLA PERSPECTIVA DE TRATAMENTOS PELAS TERAPIAS ALTERNATIVAS


Gengibre, Açafrão-da-terra e canela

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Especialistas afirmam que suplementos e ingredientes podem interferir no tratamento contra o câncer
    • Author,


    • Terapias alternativas contra câncer funcionam?

       Wakefield
    • Role,Repórter de desinformação global, BBC News

Diversas personalidades vêm afirmando que mudanças na alimentação e o uso de terapias alternativas, no lugar da medicina tradicional, ajudaram a fazer seu câncer entrar em remissão.

A maioria das organizações especializadas em câncer afirma que não há evidências médicas demonstrando que terapias alternativas podem ajudar a tratar ou curar o câncer.

Quais são, então, essas terapias e por que elas parecem ser cada vez mais procuradas?

Em novembro, o ex-jogador de críquete e político indiano Navjot Singh Sidhu declarou que sua esposa, agora, está curada do câncer.

Ela passou a consumir certos alimentos, como água com limão, cúrcuma, vinagre de maçã, folhas de neem, manjericão sagrado, abóbora, romã, groselha indiana, beterraba e nozes.

Navjot Singh Sidhu alimentando sua esposa Navjot Kaur Sidhu

Crédito,fb

Legenda da foto,Os médicos recomendam não adotar terapias alternativas ou complementares como único tratamento

O vídeo viralizou, levando mais de 200 especialistas em câncer de um hospital indiano a publicar uma declaração conjunta. Eles afirmam que, embora existam pesquisas em andamento sobre alguns desses produtos, não existe evidência que sustente seu uso. Eles aconselham o público a não retardar seu tratamento adotando "remédios sem comprovação".

Em setembro, a modelo australiana Elle Macpherson revelou que foi diagnosticada com câncer de mama, sete anos atrás – e que ela adotou uma "técnica holística e intuitiva, conduzida pelo coração", no lugar da quimioterapia.

Terapias complementares, como acupuntura, ioga e meditação, costumam ser usadas em conjunto com tratamentos convencionais contra o câncer de mama, como a quimioterapia.

Os médicos afirmam que eles podem ajudar a melhorar o bem-estar e aliviar as dores dos pacientes. Mas eles normalmente não recomendam as terapias alternativas (que incluem certas dietas, sais minerais e infusões de vitaminas), especialmente se forem empregadas em substituição ao tratamento médico.

As organizações especializadas também alertam que certas terapias alternativas causam efeitos colaterais e podem prejudicar o paciente. Algumas delas chegam a interferir com o tratamento médico.

Em 2018, um estudo publicado na revista JAMA Oncology associou o uso de terapias complementares e alternativas por pacientes com câncer à redução da chance de sobrevivência.

Ainda assim, muitos pacientes com câncer buscam terapias complementares e alternativas – e sua popularidade está aumentando.

Uma pesquisa de opinião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica indica que cerca de 40% dos adultos nos Estados Unidos acreditam que o câncer possa ser curado usando apenas terapias alternativas.

Vídeos sobre dietas para a "cura do câncer" acumulam milhões de visualizações na internet e livros de dietas contra o câncer estão entre os mais vendidos na Amazon.

Muitos influenciadores compartilharam recentemente um tópico no X, antigo Twitter. Eles afirmaram que o câncer pode ser combatido "de forma natural", principalmente com mudanças na alimentação. O tema recebeu 200 mil curtidas em apenas 48 horas.

A postagem recomendava às pessoas que jejuassem para "matar o câncer de fome" e que comessem certos alimentos para "alterar seu DNA" e "reforçar suas células-tronco".

Se você estiver pensando em adotar terapias alternativas, a organização britânica especializada em câncer Macmillan aconselha a conversar antes com seu médico oncologista, pedindo apoio e orientação.

Qual o motivo do crescimento?

aula de yoga

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Terapias complementares, como a acupuntura, yoga e mediação, são utilizadas com frequência ao lado dos tratamentos convencionais

Parte do motivo é a desinformação. As terapias alternativas são promovidas como "curas milagrosas" nas redes sociais, sem evidências que comprovem seus efeitos.

"O câncer causa medo. Temos que informar os riscos e os benefícios", explica a cirurgiã oncológica britânica Liz O'Riordan. "Você quer ter esperança, a certeza e a promessa de uma cura. E um médico comum não pode prometer isso."

As chamadas "curas", muitas vezes, são anunciadas como sendo métodos indolores e naturais. Isso pode despertar mais apelo entre pacientes vulneráveis que o tratamento convencional eficaz, que é invasivo e pode trazer sérios efeitos colaterais.

Outra razão é que, para muitos pacientes de todo o mundo, o acesso a tratamento de alta qualidade contra o câncer não é fácil – e, quando disponível, pode ser caro.

"Quando o dinheiro é o problema, essas vias alternativas potencialmente baratas podem ser realmente muito atraentes", explica O'Riordan. "Minha preocupação é que estejam promovendo isso entre pessoas vulneráveis, vendendo produtos de que elas não precisam."

Na África, existe uma escassez generalizada de conhecimento sobre o câncer e a eficácia dos tratamentos médicos. Some-se a isso a confiança excessiva nos remédios alternativos e tradicionais, falta de médicos treinados e uma população insegura, segundo pesquisa publicada pelo British Medical Journal.

As terapias alternativas também podem estar arraigadas na cultura local. A África, o leste asiático e a Índia, por exemplo, contam com antigos sistemas de cura e filosofias que aumentam a confiança neles.

Embora exista alguma evidência de que a medicina tradicional chinesa e o ayurveda possam ajudar no tratamento de algumas doenças, existem poucas indicações de que estes métodos funcionem contra o câncer.

Quais são as maiores dietas e terapias alternativas existentes no mundo?

'Curas' ayurvédicas

A cúrcuma – especiaria cultivada originalmente na Índia – é frequentemente considerada um tratamento alternativo contra o câncer no ayurveda, o antigo sistema de cura indiano, baseado em ervas e massagens.

O ayurveda vem ganhando popularidade em todo o mundo. O setor deve triplicar até 2028, segundo um relatório da empresa indiana de análise de mercados Market Research Future.

Outras técnicas alternativas contra o câncer empregadas na Índia, particularmente na zona rural, incluem naturopatia, biopatia, homeopatia, remédios caseiros, terapia com erva de trigo, hidroterapia, acupuntura, urinoterapia, osteopatia e meditação vipassana, segundo um estudo publicado na revista Lancet.

Alguns destes métodos podem ajudar na gestão das dores ao lado do tratamento médico, mas O'Riordan afirma que outras técnicas podem causar interação negativa com alguns tratamentos contra o câncer.

A organização Cancer Research UK afirma que existem evidências de que a substância conhecida como curcumina, presente na cúrcuma, pode matar células cancerosas em certos tipos de câncer, mas é necessário realizar mais pesquisas a respeito. Ela destaca que não existem evidências claras de que a cúrcuma ou a curcumina possam prevenir ou tratar o câncer.

Medicina tradicional chinesa

Existe uma tendência de aumento do uso da medicina tradicional chinesa em pacientes com câncer, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

Mas os oncologistas questionam frequentemente as evidências científicas sobre a sua segurança e eficácia, segundo uma análise de pesquisas publicada no Clinical Oncology Journal.

A medicina tradicional chinesa é um sistema completo de medicina, que inclui acupuntura, terapia com massagens, remédios herbais e Tai Chi Chuan, entre outros. Ela emprega centenas de substâncias medicinais extraídas de plantas.

O'Riordan afirma que a medicina tradicional chinesa pode ser empregada ao lado das intervenções médicas, mediante consulta a um médico. Mas existe o risco de que alguns dos remédios herbais possam interagir com tratamentos médicos contra o câncer.

Mudanças na alimentação

Alegações de que dietas específicas, como a dieta cetogênica, vegana ou outras dietas restritivas, "matam o câncer de fome" também estão se tornando populares em todo o mundo.

"Você não pode deixar um câncer com fome, simplesmente quem passa fome é você", declarou à BBC o pesquisador em oncologia David Robert Grimes. "Perder peso quando se está com câncer pode ser extremamente perigoso."

Ele afirma que pacientes que são bombardeados com essas afirmações nas redes sociais podem ficar envergonhados, pensando que eles causaram o câncer – ou, ainda pior, adotar essas dietas sem perceber o risco que correm.

A especialista em câncer Kanu Priya Bhatia, do Hospital Mohandai Oswal, na Índia, apela aos pacientes para que não se deixem influenciar pelas redes sociais.

"Não comece a comer ou beber nada sozinho, pois pode ser prejudicial", aconselha ela.

Fembendazol

Fembendazol é um medicamento usado para tratar infecções parasíticas em animais.

Sua popularidade como tratamento contra o câncer aumentou quando um empresário americano declarou ter ficado curado da doença, depois de tomar fembendazol em combinação com outras terapias alternativas. Ele não mencionou que fazia, na época, parte de um teste clínico para outros tratamentos contra o câncer.

A droga se esgotou na Coreia do Sul e muitas pessoas documentaram sua jornada de "tratamento" nas redes sociais.

Tudo isso também foi auxiliado, em parte, por um cantor e comediante com câncer do pulmão, que afirmou ter tomado o medicamento – embora ele tenha suspendido posteriormente a medicação que, segundo ele, não apresentou eficácia.

A Cancer Research UK afirma que o fembendazol não passou por nenhum teste clínico para determinar se é um tratamento seguro ou eficaz.

Graviola

Os frutos, folhas e a casca da graviola são usados como remédio contra uma série de condições há muito tempo, em partes da África e da América do Sul. E existem algumas evidências de que ela pode ser útil para certas infecções.

O alegado potencial da fruta para "curar" o câncer é alardeado regionalmente, e em certos sites da internet, há muito tempo. Algumas postagens nas redes sociais chegam a afirmar que a graviola seria 10 mil vezes mais eficaz do que a quimioterapia.

As organizações especializadas em câncer e o Instituto Nacional do Câncer da França afirmam que não existem "alimentos milagrosos" para a cura do câncer.

O que dizem os médicos e as entidades?

paciente oncológico

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Pacientes com câncer que adotam terapias alternativas colocam em risco suas chances de sobrevivência

Especialistas alertam que existem riscos significativos no uso de terapias alternativas. E pesquisas indicam que esses pacientes podem ter maior probabilidade de evitar os tratamentos convencionais, colocando em risco suas chances de sobrevivência.

"Algumas destas terapias são aceitáveis em conjunto com o tratamento", explica O'Riordan. "O problema surge quando as pessoas escolhem apenas a terapia alternativa. Sabemos que, se as pessoas escolherem apenas as terapias alternativas, a probabilidade de morrer é duas vezes e meia maior."

Grimes afirma que os tratamentos médicos contra o câncer são baseados em sólidas pesquisas científicas.

Ele destaca que "a sobrevivência ao câncer em todo o mundo aumentou e irá aumentar mais devido ao trabalho dos médicos e cientistas... não devido às terapias alternativas".

Harit Chaturvedi, presidente do Instituto Max de Tratamento do Câncer, na Índia, declarou que o câncer "não é uma doença que seja tratada com uma única fórmula mágica".

Ele destaca que os planos de tratamento da medicina moderna são específicos para cada indivíduo, com base no tipo de câncer, mudanças genéticas em células de câncer específicas, órgão de origem e extensão da metástase.

Os médicos geralmente aprovam que as pessoas adotem terapias complementares que possam ajudá-las a lidar melhor com a doença. Mas eles normalmente aconselham que as terapias alternativas não sejam usadas em substituição ao tratamento médico.

Integrando a medicina ayurvédica em programas de pesquisa sobre o câncer, parte 1: Contexto e aplicações do Ayurveda


Revista de Ayurveda e Medicina Integrativa

Volume 14, Edição 2 ,março-abril de 2023, 100676
 Artigo de revisão


https://doi.org/10.1016/j.jaim.2022.100676Obtenha direitos e conteúdo
Sob uma licença Creative Commons
Acesso aberto

Palavras-chave

Ayurveda
Câncer
Prakriti . Agni
Ama

Abreviações

V
Vata
P
Pita
K
Kapha

1. Introdução

Esta revisão apresenta o Ayurveda , o sistema médico tradicional da Índia, que oferece uma perspectiva unificadora para a saúde com paradigmas, teorias e protocolos únicos para contribuir para a prevenção do câncer e reabilitação/rejuvenescimento pós-terapia. Já se passaram mais de 50 anos desde que a Lei Nacional do Câncer dos EUA de 1971 foi promulgada para apoiar a pesquisa sobre mecanismos e tratamentos para o câncer. Os pesquisadores continuam a buscar conceitos unificadores para entender o desenvolvimento do câncer. Nas últimas décadas, centenas de genes, proteínas, fatores epigenéticos e vias metabólicas foram descobertos como envolvidos na progressão do câncer. Fatores regulatórios cada vez mais complexos foram encontrados no microambiente do tecido, no sistema imunológico e no microbioma . Esta revisão delineará as perspectivas do Ayurveda de fatores ecológicos adicionais que influenciam a saúde e a doença, como nossos fenótipos fisiológicos, nutrição, dieta e estilo de vida, e estresse físico e mental. A Parte 1 desta revisão abrange vários aspectos do Ayurveda, incluindo princípios de constituição corporal ( Prakriti ), digestão ( Agni e Ama ) e saúde mente-corpo, em relação ao câncer. A Parte 2 [ 1 ] se concentrará em recursos botânicos ayurvédicos usados ​​para o câncer e estudos de pesquisa serão discutidos sobre compostos herbais selecionados. Este trabalho começa a explorar alguns conceitos básicos do Ayurveda e sua potencial integração em programas de pesquisa em saúde.
Ayurveda é um sistema de cura integrativo abrangente com mais de 5000 anos. "Ayurveda", por definição, é a ciência da vida; Ayus significa vida e Veda significa conhecimento. Os três principais textos antigos incluem o Charaka Samhita, a principal obra com princípios básicos do Ayurveda e medicina interna [ 2 ], o Sushruta Samhitas, que trata de cirurgia e conceitos médicos [ 3 ], e o Ashtanga Hridaya, um resumo mais conciso e poético dos dois primeiros textos [ 4 ]. Os textos altamente detalhados incluem recomendações para dietas saudáveis, rotinas diárias e sazonais e descrições extensas de mais de quatrocentas ervas e milhares de formulações de ervas para condições de saúde específicas. O Ayurveda oferece uma abordagem de medicina holística e personalizada que considera o tipo de corpo do indivíduo, a força da digestão, a imunidade e a saúde mental. Os conceitos de fisiologia encontrados nos antigos textos ayurvédicos são notavelmente compatíveis com a compreensão alopática moderna da fisiologia. Os textos proporcionam uma compreensão da fisiologia e patologia normais, com perspectivas únicas sobre os estágios iniciais da doença, aplicáveis ​​a estratégias de detecção precoce. Oferecem diretrizes relativamente simples e de baixa tecnologia para restaurar e manter o equilíbrio ecológico de nossos corpos e das interações em nossos ambientes físico, social e natural.
O Ayurveda possui um vasto acervo de medicamentos e formulações fitoterápicas, cujos constituintes químicos podem atuar em inúmeras vias bioquímicas e celulares. Estes visam equilibrar a fisiologia e fortalecer a imunidade. A prática do Ayurveda também inclui os critérios que determinam quando usar essas ervas e como combiná-las com dieta, comportamento, desintoxicação e técnicas mente/corpo para restaurar a saúde e prevenir doenças.
Estudos de pesquisa em Ayurveda no Scopus mostram um pico em 2020 com a maioria dos autores da Índia (ver Fig. 1 ). Grande parte da pesquisa em Ayurveda refletiu o atual paradigma experimental reducionista para definir mecanismos de componentes químicos isolados de ervas únicas, como curcumina ou ashwagandha, para descoberta de medicamentos. No entanto, a maioria das doenças, incluindo o câncer, tem causalidade multifatorial e múltiplos alvos moleculares. Preparações tradicionais de ervas ayurvédicas combinam múltiplas ervas, cada uma com muitos compostos químicos potencialmente sinérgicos, e têm séculos de aplicação clínica. Essas formulações complexas para doenças complexas podem ter valor inerente. Como elas têm sido usadas em populações ao longo de milênios pode fornecer pistas sobre seus possíveis mecanismos e aplicações, para a descoberta de novos biomarcadores de saúde e para perspectivas únicas de prevenção e tratamentos para estágios iniciais e avançados da doença. Estudos de pesquisa sobre o uso clínico de ervas e protocolos ayurvédicos ainda são escassos.
Figura 1
  1. Download: Baixe a imagem em alta resolução (465 KB)
  2. Download: Baixe a imagem em tamanho real

Fig. 1. Publicações sobre Ayurveda. Uma busca na base de dados de referência Scopus pelo texto "Ayurveda" no título, resumo ou palavras-chave produziu mais de 7.500 documentos entre 1990 e 2022. Eles são apresentados como número de documentos por ano. As tendências de publicações de pesquisa em Ayurveda mostram um pico em 2020, com a maioria dos autores da Índia.

Comparada à medicina alopática , que é amplamente focada na doença e onde a saúde é definida principalmente como a ausência de doença, a Ayurveda é focada na pessoa, onde a saúde é definida como o funcionamento ideal dos sistemas psicofisiológicos do corpo, dos tecidos, da força da digestão, da eliminação adequada de resíduos e da imunidade. Desequilíbrios entre esses elementos podem levar à disfunção, inflamação e progressão da doença. Esta revisão visa incentivar a pesquisa sobre os mecanismos e a segurança das ervas ayurvédicas e a eficácia de protocolos a serem integrados ao tratamento e à prevenção do câncer.
Este artigo apresentará brevemente vários princípios e conceitos do Ayurveda que podem ser novos para alguns leitores e um tanto abstratos. Para uma discussão mais completa e uma compreensão mais profunda desses conceitos, algumas referências são mencionadas aqui. Várias revisões abrangentes dos princípios do Ayurveda são encontradas aqui [ [5] , [6] , [7] ] e para decodificação científica de alguns dos conceitos centrais do Ayurveda, veja Ref. [ 8 ]. Também pode ser interessante uma revisão contemporânea da perspectiva do câncer encontrada nos textos tradicionais do Ayurveda, o Charaka e o Sushruta Samhitas, incluindo classificação, patogênese e tratamentos tradicionais [ [9] , [10] , [11] ].
A maior parte da percepção pública do Ayurveda e a maioria das pesquisas até o momento se relacionam às ervas ayurvédicas ou rasayanas (combinações tradicionais de ervas que promovem força, imunidade e longevidade). Isso será discutido na Parte 2 desta revisão. Além das ervas, há um vasto conhecimento nos textos ayurvédicos originais que contêm diretrizes e protocolos abrangentes para a promoção da saúde, incluindo o tratamento da constituição corporal (“ Prakriti ”), a otimização da digestão e a conexão mente/corpo/espírito (ver Fig. 2 ). Esses três conceitos serão discutidos aqui na Parte 1, juntamente com o status da validação baseada em evidências dessas modalidades do Ayurveda. A seção de discussão dentro da Parte 2 concluirá com os desafios da pesquisa e as direções para o desenvolvimento de agendas de pesquisa.
Figura 2
  1. Download: Baixe a imagem em alta resolução (496 KB)
  2. Download: Baixe a imagem em tamanho real

Fig. 2. Ayurveda - Contribuições para a saúde e prevenção de doenças. Esta revisão é dividida em 2 partes contendo 4 aspectos principais do Ayurveda que contribuem para a saúde e prevenção de doenças e são discutidos em relação à etiologia do câncer. A Parte 1 cobrirá as seções A, B e C. A) Prakriti ou constituição corporal é representada por Vata, Pitta e Kapha expressando as qualidades dos elementos básicos da natureza, Espaço, Ar, Fogo, Água e Terra. B) A digestão é um componente crítico da saúde e depende de Agni forte - ou fogo digestivo. Quando Agni é insuficiente, então Ama , uma toxina metabólica se acumula nos tecidos resultando em sementes de doenças. C) O estado e o equilíbrio da Mente, Corpo e Espírito serão discutidos como um componente fundamental para a saúde. A Parte 2 desta revisão é um documento complementar nesta edição e abordará D) Rasayanas e ervas no Ayurveda (imagem representativa de Guduchi , ( Tinospora cordifolia ), bem como questões e direções de pesquisa, lacunas e oportunidades.

1.1 Papel da constituição corporal/ Prakriti na saúde e na doença

Um conceito fundamental para a filosofia e ciência ayurvédica é que diferentes pessoas têm diferentes tipos de corpo ou constituições que contribuem para a heterogeneidade na predisposição a doenças, respostas ao ambiente, efeitos de medicamentos ou resistência. Entende-se que em ensaios clínicos os homens podem responder aos tratamentos de forma diferente das mulheres; também, as crianças respondem de forma diferente dos adultos. O Ayurveda incorporaria outra distinção para populações considerando a constituição do corpo chamada “ Prakriti” [ 12 ]. Essa teoria considera a fisiologia humana em relação aos cinco elementos sutis: espaço, ar, fogo, água e terra, denominados Panchamahabhuta . Esses cinco elementos correspondem aos cinco sentidos, audição, tato, visão, paladar e olfato, respectivamente. O Ayurveda propõe que em sistemas biológicos, incluindo humanos, esses elementos são codificados em três forças, que governam todos os processos da vida e são expressas na fisiologia como os Doshas : Vata (V), Pitta (P) e Kapha (K) (ver Fig. 2 A) . Cada dosha tem cinco subdoshas que relacionam suas funções dentro dos sistemas orgânicos do corpo [ 13 ]. Os princípios desta “ teoria Tridosha ” são que esses três sistemas de controle físico e psicológico se coordenam mutuamente para desempenhar a função normal do corpo [ 14 ].

1.1.1 Doshas Vata, Pitta e Kapha

O dosha Vata incorpora os elementos do ar e do espaço e regula o movimento, a inteligência, a direção e o propósito do corpo. Fisiologicamente, isso incluiria a respiração, a fala, o fluxo sanguíneo, o coração, o sistema nervoso, o movimento dos alimentos pelo trato digestivo ou a comunicação entre células e nervos. O dosha Pitta inclui os elementos água e fogo e contribui para os mecanismos de transformação/metabólicos do corpo, incluindo a digestão, o apetite, as funções enzimáticas e o sistema sanguíneo que transporta oxigênio e nutrientes por todo o corpo. O dosha Kapha incorpora os elementos terra e água e forma a estrutura, a força e a lubrificação do corpo, sendo encontrado nos ossos, articulações, músculos e funções secretoras. Uma analogia de como esses três processos se coordenam é vista na Fig. 3 no funcionamento de um carro. Os elementos Kapha de terra e água, estrutura e lubrificação são representados pela carroceria e rodas do carro; os elementos Pitta de fogo e água; transformação e metabolismo são representados pelo motor e transmissão; e os elementos Vata de espaço e ar, movimento e inteligência são representados pelo movimento e direção do movimento. Todos os aspectos interagem e são necessários para o funcionamento eficiente do carro, pois também são importantes para a nossa fisiologia.
Figura 3
  1. Download: Baixe a imagem em alta resolução (118 KB)
  2. Download: Baixe a imagem em tamanho real

Fig. 3. Analogia : Três Doshas expressos em um carro. Os três doshas de Prakriti podem ser compreendidos usando uma analogia de um carro. Os elementos Kapha de terra e água, estrutura e lubrificação são representados pela carroceria, rodas e óleo do motor do carro; os elementos Pitta de fogo e água; transformação e metabolismo são representados pelo motor e transmissão; e os elementos Vata de espaço e ar, movimento e inteligência são representados pelo movimento, controle do movimento e inteligência do motorista e do GPS do painel. Todos os aspectos interagem e são necessários para o funcionamento eficiente do carro, assim como esses três doshas interagem e apoiam nossa fisiologia e psicologia.

Cada pessoa tem seu próprio Prakriti único no qual os doshas predominam em sua fisiologia como um único dosha - V, P ou K, ou combinações de qualquer um dos doshas - VP, PK, VK e VPK . O Prakriti de um indivíduo pode determinar como ele responde ao ambiente externo, incluindo suscetibilidade a doenças ou respostas a medicamentos [ 15 ]. Quando os doshas estão em equilíbrio, cada tipo de corpo tem tendências positivas e atributos de saúde únicos, e quando os doshas estão desequilibrados, essas pessoas têm vulnerabilidades igualmente únicas (ver Fig. 4 ). O objetivo do Ayurveda é manter o equilíbrio entre esses doshas, ​​bem como dentro dos sete tecidos ( dhatus ) e os três canais para produtos residuais ( malas ) ([ 5 ]; páginas 87–90). Desequilíbrios entre esses elementos podem levar à diminuição da vitalidade e da imunidade e à inflamação e à doença.
Figura 4
  1. Download: Baixe a imagem em alta resolução (755 KB)
  2. Download: Baixe a imagem em tamanho real

Fig. 4. Qualidades e expressão de Vata Pitta e Kapha . O Ayurveda propõe que em sistemas biológicos, incluindo humanos, existem três operadores que governam todos os processos da vida e são expressos na fisiologia como os Doshas : Vata, Pitta e Kapha. Eles coordenam o funcionamento tanto em nossos corpos quanto em toda a natureza. As qualidades do Ar e do Espaço são listadas como Vata, as qualidades do Fogo e da Água são listadas como Pitta, as qualidades da Terra e da Água são listadas como Kapha. As características de Vata Pitta e Kapha são listadas de acordo com a forma como se expressam na fisiologia quando estão em equilíbrio e quando desequilibrados.

1.1.2 Avaliação de Prakriti

Tradicionalmente, Prakriti é avaliado subjetivamente por um médico ayurvédico, geralmente por observação, interrogatório e análise do pulso. Tanto o Ayurveda quanto a Medicina Tradicional Chinesa incluem diagnósticos e tratamentos baseados em características psicofisiológicas dos indivíduos. Os determinantes de Prakriti são bem descritos e elaborados em Rotti, 2014 [ 16 ] e incluem uma extensa lista de parâmetros como características morfológicas, características táteis, achados físicos subjetivos, rotina e estilo de vida, e atributos intelectuais e emocionais. Esta equipe também desenvolveu uma ferramenta auxiliada por computador, AyuSoft, para avaliar esses parâmetros para determinar o Prakriti de 3416 indivíduos em três centros no sul da Índia. Quando compararam os resultados do computador com avaliações de médicos ayurvédicos seniores, encontraram 80% de concordância nos resultados. Outra medida quantitativa de Tridosha foi obtida usando um método experimental algorítmico para incluir a lista abrangente de características qualitativas que são comumente usadas por médicos ayurvédicos [ 17 ].

1.1.3 Pesquisa em Prakriti

Estudos de pesquisa em Prakriti estabeleceram que existem correlatos genéticos e epigenéticos para os três tipos de corpo [ 18 , 19 ]. Um dos primeiros artigos de 2005 levantou a hipótese de uma ligação entre genética e Prakriti . Eles avaliaram 76 indivíduos tanto para seus tipos de Prakriti quanto para os tipos de antígeno leucocitário humano (HLA) DRB1 e encontraram alelos HLA distintos dentro dos diferentes tipos K, P ou V apoiando a ideia da associação entre alelos HLA e tipos individuais de Prakriti [ 20 ]. Colaborações neste campo da “Ayurgenomics” quantificaram diferenças na expressão gênica, variações de SNP , epigenética e imunofenotipagem que se correlacionam com Prakriti e distinções entre os tipos de corpo V, P e K. Um desses relatórios determinou que pessoas com Prakriti contrastante exibem diferenças significativas em genes relacionados ao metabolismo, transporte, imunidade e ciclo celular [ 21 ].
Outro estudo mostrou a variabilidade de um gene sensor de oxigênio chave, EGLN1, com base nos tipos de Prakriti que foi associado à adaptação a altas altitudes [ 22 ]. Diferenças bioquímicas também foram encontradas na função hepática, perfis lipídicos e hemoglobina entre os tipos de Prakriti [ 23 ]. Outros estudos demonstraram diferenças genéticas em populações com base em seus Prakriti , como correlações entre genótipos CYP2C19 e Prakriti , que foi associado ao metabolismo rápido e lento [ 24 ]. Em outro estudo, uma diferença significativa foi observada em 52 SNPS entre os tipos de Prakriti e um gene, PGM1, correlacionado com o fenótipo de Pitta [ 25 ].
Prakriti é fortemente influenciado por mudanças epigenéticas devido ao estilo de vida, dieta e influências ambientais [ 26 ]. Diferenças epigenéticas foram encontradas na análise de metilação de DNA de múltiplos locais CpG específicos de Prakriti em promotores e 5'-UTR, como: LHX1 ( Vata Prakriti ), SOX11 ( Pitta Prakriti ) e CDH22 ( Kapha Prakriti ) [ 27 ]. A imunofenotipagem de sangue total apresentou diferenças significativas na expressão dos marcadores CD14, CD25 e CD56, onde a expressão de CD25 e CD56 foi significativamente maior em amostras de Kapha Prakriti do que em outros grupos Prakriti [ 28 ]. Finalmente, em um estudo piloto sobre artrite reumatoide , marcadores de suscetibilidade genética foram encontrados usando subgrupos baseados em Prakriti . Os genes inflamatórios IL1β e CD40 correlacionaram-se como determinantes no subgrupo Vata , enquanto os genes da via do estresse oxidativo foram observados nos subgrupos Pitta (SOD3; rs2536512 e PON1) e Kapha (SOD3 rs2536512) [ 29 ].
Métodos clínicos de avaliação de Prakriti foram resumidos e validados por meio de abordagens avançadas de aprendizado de máquina [ 12 ]. Um sistema computacional classificou 147 indivíduos saudáveis ​​em diferentes tipos de Prakriti , onde os dados fenotípicos se enquadraram em três grupos distintos, correspondendo aos grupos extremos de Prakriti , conforme classificados pelos clínicos. Este estudo demonstrou que os tipos de Prakriti são “grupos distintos e verificáveis ​​dentro de um espaço multidimensional de múltiplas características fenotípicas inter-relacionadas”.
Ao longo desses estudos, diferentes grupos de pesquisa abordam a determinação de Prakriti por meio de diferentes métodos. Para pesquisas rigorosas nessa área, é necessário desenvolver ferramentas ou protocolos padrão para determinar a Prakriti . E para reprodutibilidade, é essencial que pesquisadores baseados em Prakriti incluam os questionários completos ou ferramentas que usam para avaliação de Prakriti em suas publicações [ 30 ]. O Ayurveda fornece um exemplo histórico de medicina personalizada e uma oportunidade para os médicos estratificarem fenótipos físicos e comportamentais e tratarem pacientes de acordo com sua constituição Prakrit/ psicofisiológica.
O conceito ayurvédico de Prakriti representa uma abordagem individualizada da medicina de precisão e pode oferecer a descoberta de novos biomarcadores para doenças complexas. Os exemplos acima podem contribuir para o desenvolvimento de marcadores preditivos e prognósticos de doenças, bem como de respostas terapêuticas. Prakriti também pode ser outra variável usada para analisar resultados de ensaios clínicos , como quais populações respondem aos tratamentos e por que outras podem não responder. Essas e outras oportunidades de pesquisa são descritas na seção de discussão 4.1 .

2. Importância da digestão para uma saúde ideal

Tanto o antigo médico Hipócrates quanto os médicos ayurvédicos entendiam que "todas as doenças começam no intestino". Portanto, controlar a digestão e a dieta é vital para manter a saúde. Todos os blocos de construção da fisiologia, as células e os tecidos, dependem da qualidade e pureza dos alimentos, do ar e dos líquidos que ingerimos. Não apenas o que comemos é importante, mas também como o alimento é preparado, quando comemos e quão bem o digerimos. A perspectiva ayurvédica é que o consumo alimentar, rotinas ou comportamentos inadequados são fatores causais que prejudicam o processo digestivo. A má digestão promove o acúmulo tóxico de resíduos metabólicos que promovem a inflamação e interferem no funcionamento celular e imunológico. Como a tradição ayurvédica oferece uma abordagem holística, não é incomum descobrir que um tratamento para câncer pode não apenas atingir diretamente as vias celulares do câncer, mas também auxiliar a digestão ou a eliminação de toxinas acumuladas. Um exemplo é a fórmula ayurvédica Triphala , que promove digestão, absorção e eliminação eficientes. Ele também possui propriedades anticancerígenas, como será discutido na Parte 2 desta revisão [ 31 ].

2.1 Agni e Ama

Dois importantes princípios ayurvédicos relacionados à digestão são Agni e Ama. Agni é o 'fogo' transformacional responsável pelos processos digestivos e metabólicos e fornece combustível para a atividade mental e física. Classicamente, existem 13 tipos de Agni; o foco aqui está no componente “ Jatharagni” , os processos metabólicos no sistema digestivo que digere e transforma os alimentos em nutrição (rasa) e produtos residuais (mala). A hipótese ayurvédica é que, quando há Agni equilibrado , os alimentos são completamente digeridos e decompostos em macromoléculas de aminoácidos, açúcares e lipídios, etc. Agni pode ser forte, irregular ou opaco, com base nos doshas predominantes e na dieta, fatores causais comportamentais e ambientais [ 32 ]. O Ayurveda teoriza que, devido a esses fatores causais e outros, o Agni se torna fraco e o alimento não é completamente digerido, deixando macromoléculas e toxinas chamadas Ama.
O corpo tem um fluxo constante de nutrientes, oxigênio e resíduos. Quando esses processos são bloqueados e resíduos tóxicos se alojam nos tecidos como Ama , ele cria sementes para doenças [ 33 ]. Ama é descrito como “alimento cru” ou transformação incompleta de nutrientes ou toxinas, como toxinas metabólicas ou impurezas ambientais, espécies reativas de oxigênio ou produtos finais metabólicos instáveis ​​[ 34 ]. Essas toxinas podem se localizar fora do sistema digestivo devido ao aumento da permeabilidade intestinal . Ama entra na circulação e obstrui os canais ( Srotas ) e pode ser depositado anormalmente nos tecidos ( Dhatus ). O sistema imunológico reconhece este Ama como um material estranho e inicia uma resposta inflamatória. Se Ama for depositado nas articulações, pode resultar em artrite, ou Ama depositado nas artérias leva à aterosclerose , etc. A digestão incompleta, portanto, torna-se uma fonte de inflamação, um aspecto importante dos estágios iniciais da doença. Esta referência discute a dieta e o Ama como um precursor da inflamação crônica e o papel potencial na progressão do câncer [ 35 ].

2.2 Inflamação e o papel do microbioma intestinal

A inflamação é entendida como uma importante condição pré-cancerosa. A inflamação crônica é cancerígena, como visto na gastrite ou doença inflamatória intestinal pancreatite esofagite de refluxo , mesotelioma induzido por asbestose , etc. [ 36 ]. A qualidade e o conteúdo de nossos alimentos desempenham um papel importante nas respostas inflamatórias e imunológicas, seja diretamente por meio de micronutrientes ou por meio do condicionamento da composição do microbioma intestinal . Quase 30 trilhões de microrganismos vivem dentro ou sobre cada pessoa, com 500 a 1.000 espécies diferentes. O intestino grosso contém 99% dos microrganismos do corpo. Os micróbios no lúmen do intestino têm profundas influências no sistema imunológico em nível local e sistemicamente [ 37 ]. Quando as bactérias intestinais se tornam disruptivas, podem causar aumento da inflamação e aumento da permeabilidade intestinal e podem promover a distribuição de produtos digeridos e não digeridos, bem como fatores imunológicos e bactérias por todos os tecidos do corpo [ 38 ]. Esta progressão fornece uma interpretação moderna do antigo conceito ayurvédico de Ama [ 39 ]. O microbioma intestinal tem sido implicado em doenças inflamatórias intestinais (DII), doença de Crohn colite ulcerativa [ 40 ]. Uma área de pesquisa vibrante evoluiu relacionada ao papel do microbioma intestinal no câncer [ 41 , 42 ]. Por exemplo, em pacientes com melanoma tratados com imunoterapia de bloqueio de ponto de verificação anti-PD-1 , diferenças significativas foram encontradas na composição do microbioma intestinal em pacientes que responderam ao tratamento em comparação com aqueles que não responderam [ 43 ]. Isso ressalta a importância da digestão e do microbioma no câncer e na doença.

2.3 Perspectivas ayurvédicas para a digestão e o microbioma intestinal

Hábitos alimentares e fatores de estilo de vida têm impacto na permeabilidade intestinal e na função de barreira. Existem efeitos prejudiciais conhecidos da dieta ocidental rica em gordura e açúcar, alto consumo de álcool, estresse e certos medicamentos na microbiota intestinal [ 44 ]. O Ayurveda tem protocolos específicos para dieta, digestão, desintoxicação e suporte ao metabolismo [ 45 ]. A capacidade e a eficiência digestivas podem ser variáveis ​​e dependentes de Prakriti . Uma pessoa predominantemente Vata pode ter digestão irregular, às vezes forte, ou às vezes não tem apetite; um Pitta Prakriti tem bom apetite e digestão, mas tem tendência à azia ou, se não for alimentado, fica "faminto". Uma constituição Kapha é propensa a Agni mais fraco e tem digestão mais lenta e peso [ 46 ].
O microbioma intestinal pode desempenhar um papel na capacidade digestiva específica de Prakriti . O microbioma intestinal demonstrou ser diferente em diferentes tipos de Prakriti . Uma análise abrangente demonstrou uma correlação do Prakriti predominante ( Vata , Pitta e Kapha ) com a análise do microbioma humano de amostras intestinais, orais e de pele de indivíduos saudáveis. As amostras mostraram diferenças específicas de Prakriti na abundância e nos tipos de múltiplas espécies de bactérias [ 47 ]. Outro estudo foi realizado em uma população rural saudável geneticamente homogênea do oeste da Índia, de idades e hábitos alimentares semelhantes, e mostrou diversidade microbiana intestinal com base em Prakriti [ 48 ]. Ao usar o perfil da comunidade microbiana baseado no gene 16S rRNA, eles descobriram que múltiplas espécies do microbioma central têm abundância diferencial com base nos tipos de Prakriti com enriquecimento de bactérias específico de Prakriti . Esses estudos destacam a importância e o valor de incluir Prakriti na análise para explicar a variabilidade do microbioma intestinal entre indivíduos saudáveis, o que pode ter consequências para a saúde, doença e tratamento do indivíduo.
O sabor dos alimentos tem um valor essencial no Ayurveda. Seis sabores são definidos (doce, azedo, salgado, amargo, adstringente e picante) que podem agravar ou pacificar Vata, Pitta e Kapha . O Ayurveda valoriza o papel das especiarias não apenas pelo sabor, mas também para auxiliar na digestão e absorção. Uma análise de especiarias terapêuticas comumente usadas no Ayurveda (cúrcuma, gengibre, pimenta-do-reino e pippili) encontrou substratos que melhoraram o metabolismo coletivo em comunidades do microbioma intestinal para apoiar a digestão eficiente [ 49 ]. Gengibre, pimenta-do-reino e pippili são frequentemente combinados em quantidades iguais na formulação ayurvédica comum chamada Trikatu, que demonstrou melhorar a digestão e aumentar a biodisponibilidade de vários medicamentos [ 50 ].

2.4 Descrição ayurvédica da patogênese do câncer e detecção precoce de doenças

Os textos tradicionais ayurvédicos descrevem cânceres como inchaços inflamatórios ou não inflamatórios chamados Arbuda (neoplasia maior) ou Granthi (neoplasia menor). A tradução desses termos tem sido descrita de forma diferente ao longo do tempo, com " Arbuda " sendo traduzido como "tumor" redondo, grande, muscular, imóvel ou inchado, e Granthi como um nódulo cístico benigno, ou inchaço, ou aumento glandular. Para uma compreensão mais aprofundada da perspectiva ayurvédica do câncer, veja Balachandran 2005 [ 9 ].
Textos ayurvédicos incorporaram teorias sobre a detecção precoce, etiologia e patogênese de doenças, chamadas Samprapti ” ou progressão da doença. É descrito como seis estágios de patogênese “ Shat Kriya Kala ”. [para maiores explicações, veja Ref. [ 10 ]]. Este é um processo que pode acontecer ao longo de anos e é uma progressão de agravamento dos doshas enfraquecidos por dieta errada ou fatores causais, e acúmulo de Ama e inflamação nos tecidos. Um aspecto importante desta teoria é que os desequilíbrios no corpo podem ser detectados nos estágios iniciais da doença e os tratamentos ayurvédicos podem reverter os processos da doença.
Este processo patogênico da interação dos Tridoshas e como eles estão envolvidos no desenvolvimento e progressão do câncer foi relatado no contexto de um resumo de entrevistas com 10 médicos ayurvédicos ( Vaidyas ). Dhruva et al. relataram o consenso das descrições ayurvédicas dos Vaidyas sobre a fisiopatologia do câncer e abordagens para os tratamentos do câncer . O artigo também descreve como os tratamentos biomédicos frequentemente resultam em esgotamento e degeneração do corpo em comparação ao tratamento ayurvédico que se concentra no fortalecimento da digestão, redução de Ama e melhora do metabolismo do tecido ou Agni . Eles resumem que “a perspectiva Tridosha sobre o câncer inclui o envolvimento de Kapha para induzir o crescimento do tecido, Pitta na transformação do tecido de normal para maligno e o papel de Vata na disseminação do câncer para fora do órgão, como metástase .” [ 51 ].
Os tratamentos ayurvédicos visam promover as propriedades de autocura do corpo e restaurar as defesas e a imunidade naturais do corpo, além de rejuvenescer os principais sistemas do corpo e promover a recuperação a longo prazo de uma doença. O programa ayurvédico de Panchakarma é usado como um regime de limpeza de vários dias com técnicas específicas para fortalecer Agni , limpar os Srotas, remover toxinas como Ama do corpo e auxiliar na capacidade de autorreparação do corpo [ 52 ]. Esta teoria de Shat Kriya Kala ainda não foi validada cientificamente, mas seria uma área de pesquisa interessante e frutífera aplicada à detecção precoce de cânceres . Outras oportunidades de pesquisa relacionadas ao Ayurveda e à digestão são descritas na seção 4.2 .

3. O papel da mente, do corpo e do espírito

Outro componente influente na etiologia do câncer é a relação entre corpo, mente e espírito ou consciência. A exposição precoce à adversidade e ao estresse pode levar a predisposições neuroendócrinas, epigenéticas e psicológicas ao câncer em idades mais avançadas [ 53 ]. O Ayurveda aborda a relação mente-corpo-espírito por meio de técnicas de ioga e meditação para eliminar o estresse e desenvolver a consciência.

3.1 Pesquisa sobre mente, corpo e espírito em relação ao câncer

Há um interesse e uma pesquisa crescentes sobre o efeito da mente e do espírito no corpo e, inversamente, sobre o papel da fisiologia na função mental. A mente e os pensamentos estão conectados a fatores neurotrópicos que influenciam e são influenciados pela função imunológica, os quais podem afetar o microambiente do câncer. Isso é chamado de psiconeuroimunologia e seu papel na progressão do câncer é detalhado em Green et al., 2013 [ 54 ].
Pesquisas encontraram associações entre depressão ou fatores psicossociais relacionados ao estresse e desfechos de câncer. Há aumento na incidência e mortalidade por câncer, e prognóstico ruim em populações expostas a estresse crônico e depressão. Um metaestudo encontrou aumento na incidência de câncer de pulmão em populações com estresse psicossocial, bem como diminuição da sobrevivência em populações com câncer de cabeça e pescoço, mama, pulmão, tecidos linfoides ou hematopoiéticos [ 55 ]. O estresse mental também pode afetar a biologia dos tumores, como na estimulação do hormônio adrenal cortisol , e ativação do sistema nervoso simpático e os efeitos alvos a jusante. Uma revisão abrangente está aqui [ 56 ]. Esses hormônios influenciam as respostas imunes e a inflamação, e alteram a angiogênese tumoral , a diferenciação mesenquimal e a metástase [ 57 ]. Isso é observado em minorias sub-representadas e comunidades carentes onde a exposição ao estresse tem um impacto maior na sobrevivência ao câncer e na qualidade de vida de pacientes com câncer [ 56 ]. Os efeitos do estresse podem ser moderados por um estilo de vida ayurvédico, incluindo dieta adequada, rotina e, especialmente, técnicas de respiração, ioga e meditação para reduzir o estresse, que promovem experiências de níveis mais tranquilos da mente e diferentes estados de consciência.
Estudos de pesquisa sobre os efeitos das práticas de ioga e meditação para fins de saúde incluem até 7.071 publicações sobre ioga, com 707 publicações relacionadas a ioga e câncer e 878 publicações sobre meditação e câncer (PubMed/agosto de 2022). Um curso de terapia de ioga de 8 semanas foi oferecido em um ensaio clínico randomizado para 159 pacientes de diferentes tipos de câncer . Descobriu-se que a ioga reduz a depressão e a fadiga em pacientes com câncer, com maior benefício para pacientes com câncer de mama [ 58 ]. A ioga fez parte de um programa multimodal de intervenção nutricional e de estilo de vida ayurvédico em sobreviventes de câncer de mama [ 59 ] que explorou a viabilidade e o benefício potencial dessa abordagem para reduzir os sintomas de fadiga, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e estresse percebido. O estudo concluiu que a intervenção ayurvédica pode "contribuir para melhorias clinicamente significativas nessa população de sobreviventes, o que merece estudo futuro em um ensaio clínico randomizado". Um estudo piloto sobre ioga e obesidade foi importante para fornecer um modelo e um desenho metodológico para a pesquisa ayurvédica [ 60 ].
Os efeitos da redução do estresse no câncer usando meditação foram explorados em um ensaio clínico randomizado, simples-cego, em 130 pacientes com câncer de mama. Medidas de qualidade de vida da Avaliação Funcional da Terapia do Câncer - Mama (FACT-B) indicaram um efeito positivo no grupo usando meditação transcendental (MT) mais tratamento padrão (CCP) em comparação ao CCP sozinho [ 61 ]. Além disso, uma pesquisa sobre o uso de cuidados médicos em praticantes de MT descobriu que as internações hospitalares por tumores diminuíram em 55,4% em comparação com outros membros da mesma seguradora [ 62 ]. E, finalmente, um estudo recente explorou perfis de expressão gênica relacionados ao estresse de células mononucleares do sangue periférico de meditadores de MT de longo prazo em comparação com controles correspondentes. Vários genes foram descritos com expressão diferencial que se correlaciona com efeitos do estresse, indicando possíveis mecanismos moleculares para pesquisas futuras [ 63 ].
Existem muitos tipos diferentes de práticas de yoga ou meditação, portanto, os mecanismos reais podem variar; e muitas práticas não são necessariamente da tradição ayurvédica. Ensaios clínicos e estudos de caso bem planejados são incentivados para aumentar as evidências de técnicas de yoga e meditação para a prevenção da progressão tumoral e inflamação induzidas por estresse, e para suporte ao paciente durante terapias contra o câncer e em cuidados rejuvenescedores pós-tratamento. Esses estudos fornecem uma base importante para o desenvolvimento de ensaios clínicos em programas de pesquisa para compreender os efeitos sinérgicos de combinações de técnicas mentais, ervas, dieta e rotinas em intervenções ayurvédicas para a promoção da saúde. Oportunidades de pesquisa relacionadas ao Ayurveda e à saúde mente/corpo são descritas na seção de discussão 4.3 .

4. Discussão desafios e direções da pesquisa

Esta revisão serve como uma introdução à medicina ayurvédica para cientistas de pesquisa biomédica . Ela forneceu uma visão geral de algumas das muitas teorias do Ayurveda e revisou parte do já extenso corpo de pesquisa nos princípios tradicionais de Prakriti , digestão, Agni e Ama e o reino da mente, corpo e espírito ou consciência, e suas aplicações práticas para a pesquisa do câncer. O próximo passo é incentivar o desenvolvimento de métodos de pesquisa estatisticamente fortes e reprodutíveis para a integração desses conceitos em estudos atuais de saúde, especialmente para a pesquisa do câncer. Esta seção fornece algumas questões potenciais relacionadas a lacunas e oportunidades de pesquisa como estímulos para o desenvolvimento de programas de pesquisa.

4.1 Direções de pesquisa: Prakriti

Como a composição corporal e os três doshas, ​​Vata, Pitta e Kapha, podem ser integrados à pesquisa do câncer? Questões aqui propostas se relacionam ao papel de Prakriti em aplicações clínicas, análise genômica e epigenômica e expressão dos doshas em nível celular.
  • 1.
    Podemos adicionar a avaliação Prakriti aos ensaios clínicos sobre câncer?
    • um.
      Como o Prakriti de um paciente contribui para respostas diferenciadas aos regimes de tratamento clínico?
    • b.
      O Prakriti pode ser usado para pré-seleção de pacientes para grupos de tratamento em ensaios clínicos?
    • c.
      Se uma resposta clínica for influenciada pela Prakriti do paciente , quais dados mecanicistas quantitativos serão mensuráveis?
      • eu.
        Quais são os biomarcadores de aumento ou diminuição de cada dosha ?
    • e.
      Tipos de corpo diferentes têm tipos diferentes de câncer? (cérebro ( V ?) vs. pâncreas ( P ?) vs. câncer de mama ( K ?))?
    • e.
      Como padronizamos a avaliação de Prakriti usando diagnóstico de pulso, questionários ou algoritmos para uso em ensaios clínicos?
  • 2.
    A análise de bancos de dados genômicos e epigenômicos pode ser correlacionada ao Prakriti em estudos sobre câncer?
    • um.
      Podemos validar os biomarcadores moleculares da constituição corporal ou Prakriti usando perfis de expressão genômica ou epigenômica? (Ver publicação recente para esforços nesta área [ 64 ].
    • b.
      Podemos adicionar a avaliação de Prakriti para avaliar bancos de dados genômicos, epigenômicos, metabolômicos e de imunofenotipagem existentes para correlacionar esses genótipos e fenótipos à Prakriti dos pacientes? Isso pode ser prospectivo ou retrospectivo:
      • eu.
        Prospectivo: Prakriti é determinado no momento da coleta da amostra biológica e adicionado aos dados do paciente
      • ii.
        Retrospectiva: Considerando a miríade de bancos de dados existentes, podemos acessar registros eletrônicos de saúde e "decifrar" o Prakriti – usando estrutura corporal, propensão a doenças, índice de massa corporal , estrutura facial/óssea, etc.? Podemos construir um algoritmo de inteligência artificial dos fatores Prakriti para incluir na análise dos dados de resultados de tratamentos?
  • 3.
    Se as qualidades de VP&K são expressas em manifestações macro e micro na natureza, quais seriam os correlatos intracelulares e moleculares para VPK ?
    • um.
      As qualidades de comunicação, transporte e inteligência do Vata podem ser atribuídas a biomarcadores envolvidos na transdução de sinais , movimento celular ou código de DNA? O nervo vago pode ser um biomarcador para a atividade do Vata ? [ 65 ].
    • b.
      As qualidades de transformação e metabolismo de Pitta são vistas na produção de ATP pelas mitocôndrias, na síntese de DNA , na transcrição e tradução, e nas atividades enzimáticas ?
    • c.
      As qualidades de estrutura, lubrificação e estabilidade do Kapha podem ser correlacionadas ao citoesqueleto de actina à estrutura do DNA e às membranas celulares?
    • e.
      Como o VPK pode ser representado nos níveis molecular e celular e ser desenvolvido como biomarcadores?
  • 4.
    Podemos encontrar biomarcadores de V, P e K diminuídos ou aumentados ? Por exemplo, para “ Vata agravado ”, como você mediria as qualidades de Vata de seco, leve, em movimento, etc. na fisiologia ou na mente? Questões semelhantes foram levantadas em uma revisão de Wallace [ 66 ]:

4.2 Direções de pesquisa: digestão

Questões para pesquisa em perspectivas ayurvédicas sobre digestão exploram os mecanismos fisiológicos celulares e moleculares por trás dos conceitos de Ama e Agni e a importância da digestão como base para doenças, incluindo o câncer. Essas questões incluem:
  • 1.
    Quais mecanismos fisiológicos explicam como a má digestão promove o acúmulo tóxico de resíduos metabólicos que interferem no funcionamento celular e imunológico?
  • 2.
    Quais são os correlatos fisiológicos dos diferentes estados de Agni ? Como eles podem ser quantificados para análise clínica? Quais são os biomarcadores do aumento de Agni ?
  • 3.
    Quais são os componentes bioquímicos/físicos do Ama?
    • um.
      Como podemos quantificar o aumento ou a diminuição de Ama na fisiologia?
    • b.
      Como Ama induz componentes inflamatórios?
    • c.
      Quais são os paralelos entre Ama e o aumento da permeabilidade intestinal ? Qual é o papel do microbioma nesse processo?
    • e.
      Como o microbioma é diferente em pessoas de diferentes Prakritis ( V, P e K )?
  • 4.
    Como as toxinas ( Ama ) são incorporadas no corpo e se manifestam como doenças?
  • 5.
    Como o sistema imunológico reconhece Ama como um material estranho e inicia o processo de inflamação imunológica?
  • 6.
    Quais são os correlatos fisiológicos dos protocolos ayurvédicos para suporte à digestão para fortalecer Agni e minimizar Ama?
  • A pesquisa nos protocolos de desintoxicação do Panchakarma pode incluir:

4.3 Direções de pesquisa: mente corpo-espírito

Protocolos de pesquisa nesta área podem parecer mais subjetivos na definição de correlatos fisiológicos de estados mentais e como a saúde do corpo se reflete na mente. Estudos de pesquisa sobre mente-corpo e câncer podem examinar os seguintes tópicos:
  • 1.
    Quais são os mecanismos pelos quais o estresse afeta o crescimento das células tumorais e a progressão do câncer?
  • 2.
    Explore a ligação entre a mente e a digestão através do microbioma intestinal ?
  • 3.
    Explore o uso de modalidades ayurvédicas em cuidados restaurativos e paliativos .

5. Resumo da Parte 1

A Parte 1 desta revisão introduziu alguns conceitos básicos do Ayurveda, incluindo constituição corporal ( Prakriti ), digestão ( Agni e Ama) e saúde mente-corpo-espírito e suas contribuições para a patogênese da doença e sua integração na pesquisa do câncer. É difícil representar a profundidade desses conceitos dos textos tradicionais do Ayurveda no espaço deste documento, e eles merecem mais estudo e desenvolvimento para potenciais aplicações. À medida que construímos programas de pesquisa em Ayurveda, precisamos preencher várias lacunas de comunicação. Uma lacuna está na tradução das teorias desta medicina tradicional para a terminologia molecular e celular atual e aplicações clínicas. Esses conceitos, frequentemente expressos na língua sânscrita, são desconhecidos e alienantes para pesquisadores biomédicos ocidentais. A oportunidade de entender e traduzir princípios ayurvédicos como Agni, Ama , Prakriti e outros, também pode contribuir para nossa compreensão da fisiologia e nossa abordagem à cura.
A Parte 2 desta revisão ([ 1 ]) explorará alguns dos produtos fitoterápicos ayurvédicos e pesquisas selecionadas sobre seus mecanismos bioquímicos e aplicações clínicas. Além disso, na Parte 2, haverá uma discussão resumida sobre lacunas e oportunidades para programas de pesquisa em Ayurveda e uma consideração sobre metodologias experimentais e estudos clínicos.
Esta revisão em duas partes defende a integração do Ayurveda aos cuidados de saúde atuais como uma abordagem oportuna e de baixo custo para reforçar a imunidade e a prevenção ideal de doenças para a população em geral, especialmente para o tratamento do câncer. O valor adicional reside na descoberta de biomarcadores de saúde e em perspectivas únicas para a prevenção e o tratamento de doenças em estágios iniciais e avançados.

Isenção de responsabilidade

Esta revisão foi elaborada como atividade pessoal da Dra. Julia T. Arnold. As opiniões expressas neste artigo são da própria autora e não refletem a visão dos Institutos Nacionais de Saúde, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos ou do governo dos Estados Unidos.

Fontes de financiamento

Esta revisão não recebeu nenhuma subvenção específica de agências de financiamento dos setores governamental, público, comercial ou sem fins lucrativos.

Conflito de interesses

Nenhum.

Agradecimentos

Agradecemos ao Dr. Perry Skeath e Shraddha Ravani por suas contribuições conceituais.
O Dr. Arnold é o único autor e colaborador dos pensamentos e ideias aqui expressos e concorda com o manuscrito na forma em que foi submetido.

Referências

Cited by (12)

View all citing articles on Scopus
Revisão por pares sob responsabilidade da Universidade Transdisciplinar de Bangalore.

Comentários