O HIMALAIA E SUAS PLANTAÇÕES DE MACONHA A 9 MIL PÉS DE ALTITUDE

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O Himalaia e suas plantações de maconha a 9 mil pés de altitude


A planta é nativa, mas ilegal na Índia, e os agricultores dependem de seu cultivo na montanha.

No Himalaia, na Índia, pequenas aldeias prosperam cultivando maconha. Esta é uma delas. A vila, no cume de uma montanha a 9.000 pés (2.700 metros) de altura, só é acessível a pé e a caminhada leva três horas. Os moradores dizem que foi uma temporada tão boa que a polícia só apareceu para erradicar o cultivo das plantas duas vezes. Mas essas ações são uma gota no oceano. A ganja cresce selvagemente no Himalaia indiano, e é quase impossível de travar o cultivo ilegal.
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Família de um agricultor recolhe planta secas. – Fotografia Andrea de Franciscis
Após a colheita da cannabis indica, os agricultores passam horas esfregando lentamente as flores da planta para extrair a resina e criar o charas, um tipo de haxixe que é considerado um dos melhores do mundo. Pode custar até 20 moedas americanas por grama no Ocidente e por aqui no Brasil, chega a mais de R$ 100 o grama. A maconha é ilegal na Índia, mas muitos moradores se voltaram para a fabricação de charas por necessidades financeiras.
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Aldeões produzem um tipo valioso de haxixe, o Charas, esfregando partes das plantas da maconha em suas mãos, em seguida, coletando toda a resina em suas palmas. – Fotografia Andrea de Franciscis
O charas fica mais valioso a cada ano, mas os agricultores ainda vivem uma vida humilde. A maioria dos campos são pequenos, e 50 botões de ganja produzem apenas 10 gramas de haxixe.
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Depois de alguns anos de educação, muitas crianças que procuram estudos mais avançados terão que caminhar por horas até outra aldeia. – Fotografia Andrea de Franciscis
Sadhus-hindus, os homens santos que foram para o Himalaia meditar, estão entre os primeiros a produzir Charas. Quando os hippies começaram a seguir os passos dos Sadhus através das montanhas na década de 70, os moradores que experimentaram começaram a fazer o Charas também. Eles seguem a mesma técnica de produção o que hoje está estimado em ser toneladas de haxixe feitos por ano. Não há números oficiais da Índia para o cultivo de maconha e a produção de haxixe porque é ilegal, o governo indiano nunca realizou uma pesquisa em larga escala para avaliar a produção de maconha dentro de seu território.
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Dois homens carregam ganja recém colhidas nos campos. O trajeto de retorno até suas casas dura uma hora e é feito a pé – Fotografia Andrea de Franciscis
Pelo motivo da maconha ser uma planta nativa, pode ser difícil para a polícia rastrear os produtores que avançam montanha acima para escapar das invasões. Milhares de famílias da região sobrevivem com a produção de Charas. Os agricultores vendem a resina para os estrangeiros, mas também aos indianos nas grandes cidades. A demanda é crescente, novas pousadas e locais para apreciadores de chara brotam a cada temporada.
Embora o tráfico de drogas seja avançado e complexo, o tempo quase pára nesta parte das montanhas. A vida segue os ritmos da natureza. As aldeias espalhadas nas encostas do Himalaia são constituídas por casas com telhados escuros e coloridos feitos de pedra laje fina. Há uma fonte d’água central, um templo antigo e algumas lojas que vendem sabão, cigarros, legumes, arroz e farinhas.
Mulher local carrega pacote de Ganja em sua cabeça enquanto puxa resina de suas mãos. - Fotografia Andrea de Franciscis
Mulher local carrega pacote de Ganja em sua cabeça enquanto puxa resina de suas mãos. – Fotografia Andrea de Franciscis
A história da maconha na Índia remonta milhares de anos. É mencionado nos textos sagrados de Veda, da antiga Índia. E nele diz que Lord Shiva sentou-se em meditação sobre os picos nevados do Himalaia, alimentando-se de flores de ganja. No entanto, hoje, é tudo sobre o negócio. Para os moradores, a venda de Charas é um meio de sobrevivência.
Anciãos sentados na praça da vila, perto do templo. Eles faziam parte da primeira geração de cultivadores de maconha na aldeia. - Fotografia Andrea de Franciscis
Anciãos sentados na praça da vila, perto do templo. Eles faziam parte da primeira geração de cultivadores de maconha na aldeia. – Fotografia Andrea de Franciscis
Comunidades do Himalaia são orgulhosas e muito reservadas. O trabalho é árduo, eles vivem em condições extremas e muitas vezes sem opções de carreira. Muitos agricultores não têm cultivado nada legal em toda sua vida. Cultivo, produção, uso, o contexto, tudo está imbuído de espiritualidade e religião.
Crianças da vila que jogam em um penhasco íngreme na periferia da aldeia. As famílias tem muitos filhos, alguns são deixados com os irmãos mais velhos durante o dia. - Fotografia Andrea de Franciscis
Crianças da vila que jogam em um penhasco íngreme na periferia da aldeia. As famílias tem muitos filhos, alguns são deixados com os irmãos mais velhos durante o dia. – Fotografia Andrea de Franciscis
Juntamente com muitos outros países, a Índia entrou para a luta global contra as drogas em 1961 ao assinar a Convenção Única das Nações Unidas sobre entorpecentes. Mas nem todo mundo estava pronto para abandonar a maconha, que tem sido parte de rituais religiosos e festas. Demorou 24 anos para a Índia traduzir o seu compromisso em lei. O país só proibiu a maconha em 1985.
 Músicos tocam me festa de casamento de um jovem casa na praça da vila. Festas e Festivais nos vilarejos são como reuniões de uma grande família, com música, comida e dança. - Fotografia Andrea de Franciscis
Músicos tocam em festa de casamento de um jovem casal na praça da vila. Festas e Festivais nos vilarejos são como reuniões de uma grande família, com música, comida e dança. – Fotografia Andrea de Franciscis
“Quase 400 dos 640 distritos na Índia tem cultivo de maconha”, diz Romesh Bhattacharji, ex-comissário de narcóticos da Índia. “É hora do governo indiano deixar de ser um escravo das políticas apoiadas pela ONU: desde 1985, o uso e cultivo de maconha só proliferaram. A proibição falhou”.
Agricultor em um campo de maconha nas montanhas. - Fotografia Andrea de Franciscis
Agricultor em um campo de maconha nas montanhas. – Fotografia Andrea de Franciscis
“A obrigação de eliminar a maconha em países com uso generalizado é um tradicional e claro exemplo do fundo colonial da Convenção da ONU”, diz Tom Blickman, do centro de estudo Holandês Transnational Institute. “Isso nunca iria passar nos dias de hoje”.
Tradução e adaptação Dave Coutinho, revisão Lucas Tavares.[:en]

Em publicação na revista National Geographic, as plantações do Himalaia são reveladas ao mundo, assim como o grande negócio que gira em torno delas. Apesar de ilegal na Índia, cerca de 400 aldeias plantam maconha como forma de sobrevivência.

A planta é nativa, mas ilegal na Índia, e os agricultores dependem de seu cultivo na montanha.
No Himalaia, na Índia, pequenas aldeias prosperam cultivando maconha. Esta é uma delas. A vila, no cume de uma montanha à 9.000 pés (2.700 metros) de altura, só é acessível a pé e a caminhada leva três horas. Os moradores dizem que foi uma temporada tão boa que a polícia só apareceu para erradicar o cultivo das plantas duas vezes. Mas essas ações são uma gota no oceano. A ganja cresce selvagemente no Himalaia indiano, e é quase impossível de travar o cultivo ilegal.

Tradução e adaptação Dave Coutinho, revisão Lucas Tavares

Fonte:http://www.smokebuddies.com.br/veja-como-e-o-cultivo-de-maconha-nas-montanhas-do-himalaia/

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